NOTÍCIA
Falta de visão a longo prazo incentivou Semesp a elaborar diretrizes para o setor
Publicado em 19/10/2018
A troca-troca de ministros e secretários de Educação é uma das causas que explicam o baixo nível educacional brasileiro, concordam todos os especialistas e estudiosos do setor.
A cada mandato, reinventam-se os planos, as estratégias e as ações, interrompendo programas bem-sucedidos, enfraquecendo acordos de cooperação existentes e, não raro, estabelecendo metas bem diferentes das adotadas até então.
A criação de uma política de Estado em substituição às políticas de governo funcionaria como um antídoto a essa falta de visão de longo prazo, acredita o Semesp, que está liderando um movimento no setor para definir diretrizes mais perenes.
A partir de uma série de encontros realizados com profissionais e pesquisadores das mais diversas áreas e vertentes, foi elaborado o documento Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro.
Ele traz proposições para grandes áreas do segmento e, recentemente, ganhou novas contribuições e capítulos. Ao todo, são discutidos 13 temas, entre eles: governança, inovação acadêmica e internacionalização. Os capítulos novos tratam de responsabilidade social e universitária e ensino vocacional.
O primeiro contou com a contribuição da Anec e defende o papel das IES na resolução dos problemas sociais. Segundo Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes de Cooperação do Semesp, o elo entre as instituições e a sociedade precisa ser fortalecido, e o governo pode contribuir para isso.
Já o tema do ensino vocacional foi ampliado com a participação do Departamento de Educação e Treinamento da Austrália, que detém um modelo de referência nesse campo, o Vocational Education and Training (VET).
A abordagem australiana para a questão do financiamento estudantil também é considerada muito bem-sucedida e inspirou a ampliação do capítulo já existente sobre financiamento.
De acordo com Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, o objetivo da entidade com a elaboração e a discussão do documento é conquistar uma política pública para o ensino superior, inserindo essa discussão na agenda política do país.
Nessa perspectiva, o material deve ser entendido como um ponto de partida para o debate, e não como uma versão acabada das diretrizes que precisam ser definidas. “Não estamos dizendo que estas são ‘as’ políticas. Queremos dialogar e deixar uma contribuição para o país”, afirma.
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