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A Trevisan – Escola de Negócios mantém o lema do seu fundador, Antoninho Marmo Trevisan: técnica, humanista e dentro das empresas
Publicado em 02/07/2020
A Faculdade Trevisan tem um posicionamento diferente da grande maioria das IES. Entre 60% e a 70% das suas vagas na graduação são adquiridas por empresas, dentre elas as quatro maiores consultorias do mercado brasileiro, as Big Four. A diretora acadêmica, Renata Bianchi, diz que isso está no DNA da escola. “Ela nasceu dentro de uma empresa, a auditoria e consultoria Trevisan, fundada por Antoninho Marmo Trevisan, com o objetivo de criar uma instituição para formar funcionários para seus clientes. Somos uma escola B2B2C.”
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Mas em 2018, a família resolveu profissionalizar a gestão. Para a área acadêmica, recrutaram no mercado Renata Bianchi, que então tinha 18 anos de experiência no mercado de ensino superior, passando por IES de massa a boutiques, ou super Premium, como ela gosta de chamar. E aí começa a se desenhar a inovação acadêmica. “Na verdade, inovar não é apenas descobrir algo disruptivo, mas ações que aperfeiçoem criativamente o negócio.”
Foi então que o empresário, que se intitula contador, Antoninho, pegou Renata pelas mãos e iniciou um road show. Foram visitar vários CEOs – ele conhece a maioria dos dirigentes das grandes empresas. E apresentaram o currículo em vigor na escola, perguntando ao CEO se contrataria alguém que aprendesse aquilo. A resposta foi invariavelmente a mesma: tem um gap entre o ensino e a prática na empresa.
As 32 visitas realizadas incluiram CEOs, diretores de RH e financeiro. “A constatação é que o ensino é analógico, muitas vezes, em contraposição à realidade digital. Por exemplo, ao ensinar o que é crédito e débito, levamos em consideração que o profissional tem que ter conhecimento analítico. A inteligência artificial faz esse trabalho mecânico em 14 segundos”, diz Renata Bianchi, formada em publicidade e com mestrado em comunicação e semiótica.
Dessas visitas surgiram o novo currículo, que entrou em vigor no início de 2020. “Introduzimos 600 horas de tecnologia da informação, desde modelagem estatística até ferramentas de inteligência nos negócios (BI). O aluno tem que sair um expert em contabilidade, mas com a visão do mundo dos negócios. Ele passa a ser um contador e um administrador. E também o aluno sai fluente em inglês, para garantir sua empregabilidade”, diz Renata Bianchi. São 8 semestres de inglês obrigatório.
Na verdade, o que ocorre é que a maioria dos currículos são parecidos, segundo Renata. “Percebi que as escolas criam o currículo a partir do que o MEC estabelece como regra, e, em tese, aquilo que se intui que o mercado precisa.” Mas ela enfatiza que os melhores empregos vão para os formados que têm o currículo ajustado aos padrões das grandes organizações.
Mas as mudanças não se restringiram às matérias específicas. “Se queremos formar um líder é preciso ensinar outras habilidades. E ainda para atender às exigências do mercado estabelecemos 200 horas de ciência do comportamento. Precisamos formar pessoas para liderar equipes, que saibam negociar e atuem no gerenciamento de conflitos”, diz Renata. À pressão que sempre existiu se soma agora um novo momento, cuja dimensão ainda não conseguimos alcançar. “Inteligência emocional, empatia, diversidade: um bom líder e cidadão tem que buscar isso para viver bem no trabalho e na família.”
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Renata Bianchi chegou à Trevisan em 2018, quando conheceu a estrutura da escola, e passou o ano seguinte inteiro entre o road show e a mudança do currículo, ementa e, principalmente, o mais difícil, achar bons professores à disposição no mercado. Tudo foi pensado para o aprendizado ser aplicado aos negócios. “Quando montamos o curso ciências de dados, não pensamos em formar um técnico mas alguém com conhecimento para levar mais ganho para a empresa utilizando o marketing digital.”
A Trevisan –Escola de Negócio nasceu há 21 anos determinada a ser sempre pequena, específica, diferente, diz Renata. Isso se confirma pelos três cursos apenas na graduação: administração, contabilidade e contabilidade on-line. São entre 100 e 120 professores, que trabalham com jovens de 18 a 25 anos na graduação e entre 28 e 32 na pós. “Quase todos têm seu emprego, precisam reafirmar sua posição na empresa e por isso têm grande dedicação e envolvimento com a escola.”
A Trevisan tem cursos 100% on-line há dois anos, e utiliza nos demais cursos 40% on-line permitidos pelo MEC. “Nosso superempoderamento do on-line permitiu que após o decreto do governo no dia 13 de março, fechando as escolas, nós pudéssemos garantir na segunda-feira, dia 16, as aulas on-line para todos os alunos normalmente. A escola estava fora daqui, mas em pleno funcionamento”, finaliza Renata, que no momento da entrevista falou de sua casa no interior de São Paulo.
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