A afirmação é do Semesp, que também revela o cenário de dívida e evasão mensal
Publicado em 29/06/2020
A taxa de inadimplência anual deve atingir 11,3%, a maior desde 2006, aponta estudo do Instituto Semesp. Partindo de anos mais próximos, em 2013, por exemplo, o percentual chegou a 7,9%. Ano passado, foi de 9,5%. Outra informação que chama a atenção é a entrada de novos alunos. “A captação presencial e EAD para o segundo semestre será muito menor, deve cair cerca de 70%, segundo pesquisas de interesse do Google”, revela Rodrigo Capelato, economista e diretor-executivo do Semesp.
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O economista apresentou hoje, 29, dados da terceira etapa de uma pesquisa feita pelo Instituto Semesp sobre o cenário econômico das instituições de ensino com base em dados mensais. Entre as informações, a inadimplência em maio deste ano chegou a 23,9%, tendo um crescimento de 51,7% em comparação ao mesmo mês do ano passado, que foi de 15,8%. Contudo, em relação a este ano, o atraso na mensalidade de abril foi maior (26,3%) do que maio (23,9%).
Para Rodrigo, a diminuição da inadimplência em maio, ao comparada a abril de 2020, se deve a alguns fatores. “Muitos estudantes renegociaram suas dívidas. Pagaram, parcelaram, adiaram e, com isso, deixaram de ser inadimplentes. Outro ponto é que aquele primeiro momento, quando se deu a pandemia, foi um choque para todos. Uns esperaram alguma medida para a redução da mensalidade, outros aguardaram as ações das instituições para aí tomarem uma decisão – em alguns casos o ensino remoto mostrou que as aulas continuariam”, explica.
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Ao olhar apenas para o estado de São Paulo, a taxa de inadimplência entre o mês de maio de 2020 e o mesmo período do ano anterior cresceu 57,3%, percentual maior que o registrado no Brasil. Vale destacar que a pesquisa levou em conta inadimplências de 30 dias
Já sobre a evasão, que aumentou 14,2% entre maio de 2019 e maio de 2020, segundo Capelato, a preocupação maior para o próximo semestre gira em torno dos alunos dos primeiros anos, uma vez que aqueles que estão prestes a se formar, de maneira geral, vão se esforçar para receber o diploma e não descartar a trajetória já percorrida. “Temos receio que essa evasão possa crescer na virada das rematrículas, contudo, não tenho dúvida que as instituições de ensino estarão muito abertas para renegociação”, diz o diretor-executivo.
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