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Com preços similares às brasileiras, universidades portuguesas atraem jovens como Kalyndi Adami, que une o sonho de morar fora com o de uma formação internacional
Publicado em 09/03/2020
A gaúcha Kalyndi Adami, 26 anos, chegou a Portugal no final de 2019 para estudar Biologia Marinha na Universidade do Algarve. A jovem passou dois anos juntando dinheiro para realizar seu sonho de fazer uma faculdade. Apesar de a Universidade do Algarve ser uma instituição pública, ela precisa pagar uma anuidade de 4 mil euros (cerca de R$ 20 mil). O curso dura três anos.
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Antes de decidir se mudar para Portugal, Kalyndi foi aluna de Veterinária em uma instituição privada do Brasil. “Quando entrei, eu tinha o Fies. Mas fizeram umas mudanças nas políticas e eu perdi a bolsa. Já tinha completado dois anos de faculdade e tive que parar. Ficou inviável pagar a mensalidade que, na época, era de R$ 2,6 mil”, conta.
Embora tenha reservado o dinheiro da faculdade, para se manter em Portugal, Kalyndi precisa trabalhar. Mas conta que arrumou facilmente um trabalho na área de turismo. “O Algarve recebe muitos turistas. Como eu sabia falar inglês, foi bem fácil arranjar um emprego.”
Para Kalyndi, o lado financeiro foi sim decisivo. Mas a escolha por Portugal trouxe outras vantagens. “Aqui tem muito mais segurança e qualidade de vida. Também posso aproveitar para conhecer outros países, pois viajar pelo continente sai relativamente barato. No futuro, com um diploma europeu, imagino continuar morando longe do Brasil”, diz ela, lembrando que na própria faculdade já teve oportunidade de conhecer pessoas de várias culturas.
A escolha por Portugal se deu também pela facilidade com o idioma – não é necessário nenhum exame adicional para comprovar que se domina o idioma do país – e de conseguir uma vaga apenas usando a nota do Enem. “Na minha faculdade, eles pedem no mínimo 475 pontos em cada matéria. Se você tiver 600 pontos, entra no curso que quiser. No Brasil, 600 pontos é muito baixo para conseguir uma bolsa ou vaga numa universidade pública.”
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