NOTÍCIA
Publicado em 29/07/2019
Alexey Carvalho*
Os dados oficiais apontam que o Brasil possui cerca de 14 milhões de desempregados, isso sem contar os trabalhadores subutilizados, que exercem funções abaixo da qualificação e que hoje chega a 28,4 milhões de pessoas, segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Número recorde da série histórica que começou a ser contabilizada pelo instituto em 2012. O cenário pode induzir à desmotivação, por isso cuidar da empregabilidade é fundamental.
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Ser um profissional empregável não surge com a conclusão de um curso ou a partir da experiência em determinada empresa. Esse atributo é construído ao longo da trajetória profissional e para isso, deve ser conscientemente planejado, contribuindo assim, para que o profissional possa mitigar os impactos e efeitos dos momentos de incerteza do mercado.
Dentre os fatores que envolvem a empregabilidade, o desenvolvimento de habilidades e competências, as chamadas “skills”, é o ponto de partida para quem quer ter seu valor profissional reconhecido. No âmbito das habilidades e competências técnicas ou específicas, a educação formal é o caminho mais indicado, por meio de cursos de aprimoramento, extensão, cursos livres, assim como, de graduação e pós-graduação.
Há áreas, como a de tecnologia, por exemplo, que além das formações, valorizam as certificações. Importante ter consciência que o investimento pessoal em educação deve ocorrer ao longo da vida para que o profissional esteja atualizado e acompanhe o mercado, estando apto a atender as demandas crescentes de novas empresas, ou qualificado para ser promovido em seu emprego.
Dados de uma pesquisa realizada em 2018, por uma consultoria internacional, revelam que nove em cada 10 profissionais são contratados pelo perfil técnico e demitidos pelo comportamental. Isso significa que, além das habilidades técnicas, é fundamental desenvolver habilidades socioemocionais. Conhecer as próprias emoções e saber como aplicá-las para estimular a convivência com o outro é a chave para melhorar o ambiente de trabalho.
Além do desenvolvimento das competências profissionais, o planejamento de carreira é outro fator importante para manter a empregabilidade. O especialista deve ter clareza de onde está e onde pretende chegar, revendo constantemente esses pontos, de acordo com as mudanças do mercado. É importante considerar neste planejamento a questão financeira, anseios pessoais ou profissionais, aspectos familiares e de mobilidade, por exemplo.
A criação e a manutenção de uma rede de relacionamentos também contribuem para manter a empregabilidade. Aqui vale o alerta de que uma boa rede é fortalecida pelas interações constantes e pela colaboração mútua. Compartilhe conteúdo relevante, divulgue oportunidades de trabalho e de formação, conecte pessoas de círculos diferentes, tudo isso sedimenta as relações.
Comece hoje mesmo a cuidar de sua empregabilidade, pesquise aquele curso que gostaria de fazer ou aquela habilidade que deseja desenvolver, retome sua rede de contatos, pois os profissionais com melhor qualificação e com reconhecido valor para o mercado, têm as melhores oportunidades.
* Alexey Carvalho é Doutor em Educação, Pesquisador de Pós-Doutorado na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atua como diretor executivo da Universidade Anhanguera de São Paulo – Campus Osasco e Coordenador no Brasil e Pesquisador da Rede de Estudos Organizacionais na América Latina, Caribe e Ibero-América.
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