NOTÍCIA
Informação faz parte dos dados coletados pelo Saeb
Publicado em 27/06/2019
Apenas 16,3% dos professores de 5º ano da educação básica acreditam que seus alunos chegarão ao ensino superior. Entre professores do 9º ano, as expectativas são ainda menores: somente 7,8% acham que a maioria dos alunos irá para a universidade, enquanto mais de 30% apostam que “poucos alunos” irão, como revelam os dados tabulados pelo Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) a partir de informações coletadas da edição 2017 do Saeb.
Leia também:
380 mil professores conduzem o ensino superior brasileiro
Em resumo, aplicada a cada dois anos em escolas públicas (de maneira censitária) e privadas (amostral), a prova avalia conhecimentos de língua portuguesa e matemática de estudantes do 5º e 9º ano do ensino fundamental, e do 3º ano do ensino médio. Os professores e diretores também participam, respondendo a questionários sobre a vida escolar, práticas pedagógicas e de gestão.
De acordo com Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede, os dados referentes aos professores do 5º ano são alarmantes por representarem um retrato mais puro das expectativas dos docentes. “Professores do 9º ano e do 3º ano do ensino médio poderiam ter buscado exercer altas expectativas em relação aos alunos, mas terem verificado uma realidade de pouca abertura dos alunos a investir nos estudos por diversas questões. Essa justificativa se torna menos plausível para o começo da escolaridade, quando os estudantes estão construindo a sua visão de futuro e a escola tem mais abertura para influenciá-los. Mas, mesmo no início da escolaridade dos alunos, os professores demonstram acreditar pouco no ingresso dos estudantes no ensino superior”, comenta.
“Não se trata de uma incapacidade de transformação após muitas tentativas, mas uma incapacidade de transformação sem o entendimento do papel protagonista que uma escola e os educadores precisam ter, em um país onde muitas crianças têm oportunidades de aprendizado limitadas fora do ambiente escolar”, acrescenta.
Professores estão assistindo as próprias aulas para melhorar o desempenho em sala
Instituições apostam em novos modelos de financiamento estudantil