NOTÍCIA
Claudia Aratangy, diretora de projetos especiais da FDE, fala sobre o projeto "Cinema vai à Escola"
Publicado em 03/04/2014
Concebido e organizado em 2007, o projeto “Cinema vai à Escola” começou a ser implantado pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) – ligada à Secretaria de Estado da Educação de São Paulo – no ano seguinte. “Já foram distribuídos 57 títulos e o DVD Luz, Câmera … Educação às escolas de ensino médio”, informa Claudia Aratangy, diretora de projetos especiais da FDE. O volume total é de cerca de 30 mil cópias. Um novo pacote com seis filmes está chegando às escolas neste primeiro semestre.
Há alguma espécie de monitoramento sobre o uso do acervo do “Cinema vai à Escola” por professores? Se houver, para o que ele aponta?
Sim, há monitoramento feito por meio de questionários e avaliação on-line que é respondida periodicamente pelas escolas. Sabemos quais são os filmes mais utilizados, quais professores (de que área de conhecimento) mais os utilizam e com que frequência. Sabemos, por exemplo, que os filmes mais utilizados foram, da primeira caixa, Crash, no Limite, de Paul Haggis, e da segunda Fahreinheit 451, de François Truffaut, e que 91% dos professores das área de Matemática e Ciências da Natureza utilizaram de três a cinco filmes da segunda caixa por ano.
Quais foram os critérios para a seleção dos seis títulos que serão distribuídos neste semestre?
Desde a implantação do projeto na rede de ensino, os critérios de seleção baseiam-se em produções de distintas épocas e diversidade de gêneros: documentário, ficção, cinebiografia, comédia, drama, suspense etc. Produções cinematográficas de diferentes países, filmes não exibidos exaustivamente pela televisão. Além desses critérios, procuramos selecionar filmes que não sejam muito longos, escuros e lentos em sua narrativa. Nesta última leva incluímos três diretores de grande expressividade: Alfred Hitchcock, Billy Wilder e Roman Polanski. E ainda conseguimos incluir dois gêneros raros: comédia e suspense/terror. Mesmo com seis filmes, conseguimos apostar na diversidade: há um drama brasileiro de 2006 (Não por Acaso), duas comédias clássicas americanas, uma de 1959 (Quanto Mais Quente Melhor) e a outra de 1931 (Luzes da Cidade), um suspense de 1963 (Os Pássaros) e dois outros dramas, um americano (12 Homens e uma Sentença) e o outro de produção da França e Reino Unido (Oliver Twist), respectivamente de 1957 e 2005.
Esse balanço atende a objetivos específicos na formação de repertório de professores e alunos?
Nossa expectativa é de que com esse acervo de filmes, de textos e de vídeos produzidos sobre Educação e Cinema, além dos roteiros de discussão dos filmes na escola, o professor quanto o alunos possam conhecer o cinema e sua linguagem como mais um elemento construtivo da formação humana do sujeito no mundo contemporâneo;
analisar produções cinematográficas executando o diálogo entre a linguagem cinematográfica, os conhecimentos adquiridos ao longo da escolaridade básica e os demais conhecimentos;
e incorporar o cinema ao seu repertório cultural, ampliando assim a sua potencialidade no exercício de uma cidadania mais propositiva na vida e no trabalho.
O projeto desenvolve atividades paralelas de formação e qualificação de professores para o uso do audiovisual? Como a FDE avalia essa necessidade?
Temos subsidiado o trabalho pedagógico por meio da publicação Caderno de Cinema do Professor, atualmente com quatro volumes, encontros presenciais e videoconferências com as equipes das Diretorias de Ensino, além de videopalestras disponibilizadas no site do programa “Cultura é Currículo”. Todo o trabalho de formação de educadores é de responsabilidade da Secretaria da Educação.
Há previsão de distribuição de novos títulos para o acervo no segundo semestre?
Há previsão de distribuir seis novos filmes para o segundo semestre.