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Expansão financiada

Evento que percorre o interior de São Paulo indica formas de aproveitar melhor o programa de financiamento estudantil para captar, manter e engajar os estudantes por Filipe Jahn Nos Estados Unidos o financiamento estudantil para cursar uma universidade não é apenas comum. É praticamente a […]

Publicado em 27/03/2013

por Redação Ensino Superior

Evento que percorre o interior de São Paulo indica formas de aproveitar melhor o programa de financiamento estudantil para captar, manter e engajar os estudantes

por Filipe Jahn

Nos Estados Unidos o financiamento estudantil para cursar uma universidade não é apenas comum. É praticamente a norma. De acordo com dados do Centro Nacional para Estatísticas da Educação daquele país, dos 20 milhões de matriculados no ensino superior, 12 milhões – ou 60% – fazem algum tipo de empréstimo para conseguir pagar as mensalidades, seja junto a organizações públicas ou privadas.

Já no Brasil o uso de crédito para custear os estudos não é muito disseminado. Ainda. Se, por um lado, a principal plataforma, o Programa de Financiamento Estudantil (Fies), irá responder por somente 368 mil matrículas em 2013 ante os 6,7 milhões de alunos que cursam uma graduação, esse índice já é 140% maior do que o atingido no ano anterior. E a perspectiva é que continue crescendo, facilitando a expansão das matrículas no ensino superior.

Os benefícios do Fies para as instituições de ensino superior e como forma de captação de alunos estão entre os temas da programação da 9ª edição das Jornadas Regionais Semesp, que esteve na cidade de Santos, no final de fevereiro. A Jornada ainda vai passar por Ribeirão Preto, Campinas, Marília, São José do Rio Preto e São José dos Campos apresentando também os números do setor de cada região.

Os últimos esforços do governo para expandir o uso do financiamento, com mudanças nas regras, tornaram o crédito mais atrativo. De acordo com Alexandre Mori, assessor técnico do Semesp para auxílio ao ProUni e Fies, cada vez mais estudantes em potencial, no momento da inscrição, perguntam se a instituição trabalha com o programa. Além disso, como a dívida pode ser quitada ao longo de vários anos após a formatura, a tendência é que não exista uma preocupação intensa com o valor da mensalidade. Mori citou um levantamento realizado no grupo Kroton, que mostra que a média das mensalidades custeadas com o Fies é de R$ 737, enquanto que sem o benefício caem para R$ 501.

“O aluno que utiliza o crédito tem o perfil de procurar o curso que quer e o melhor que achar”, diz o assessor técnico. Isso significa que hoje, quanto mais uma instituição facilitar o acesso ao programa para o aluno e souber informá-lo sobre suas estruturas de funcionamento, maior é a chance de conseguir matriculá-lo em um curso.
Apesar do aumento da popularidade, Alexandre Mori acredita que o Fies ainda precisa de divulgação, especialmente para que os estudantes conheçam melhor as suas regras, como, por exemplo, a adesão ao financiamento por um período curto, de um ou dois semestres. Mori sugere que esse recurso seria uma alternativa aos estudantes que enfrentam alguma dificuldade financeira momentânea para permaneceram na faculdade.

Investimento necessário
Na opinião do assessor, uma das recomendações mais importantes é a constituição de um setor específico, com uma equipe especializada em Fies. Ela serviria para gerenciar todos os processos que envolvem o programa e garantir tanto o bom gerenciamento dos contratos já firmados quanto no auxílio à captação e evasão.

Assim, além de solucionar dúvidas ou dificuldades dos inscritos que pretendem cursar uma graduação através do programa, se um estudante matriculado precisar de informações para firmação, dilatação ou suspensão de contrato, ele pode ser atendido com agilidade. Um dos resultados dessa ação seria ainda uma maior divulgação da marca. “A tendência é que entidades com o Fies sejam cada vez mais priorizadas. E aquelas que fizerem um bom trabalho vão acabar se tornando referência para quem está procurando uma graduação”, destaca Mori.

Outra vantagem de montar uma equipe especializada no financiamento é que ela pode tirar dúvidas e auxiliar outros departamentos. Uma das regras do Fies que muitos profissionais desconhecem, por exemplo, exige que os aditamentos de contratos sejam realizados até o dia 25 de cada mês para que o pagamento seja executado no dia oito. Caso não seja feito dentro do prazo, o valor só vai entrar dois meses depois.

A instituição pode ter problemas também, inclusive judiciais, se não houver alguém que saiba o que fazer quando um contrato for feito para algum curso novo que acaba não sendo aberto, pois eles não podem ser cancelados. “Aí, procura-se vedar a validação da inscrição sem que tenha sido confirmada a respectiva turma”, esclarece Alexandre.

O especialista entende que essa equipe precisa ter no mínimo duas pessoas com amplo conhecimento do Fies. Recomenda-se também elaborar um sistema informatizado que reúna as informações sobre os contratos estipulados e no qual a situação deles com os órgãos públicos seja constantemente atualizada. Além de agilizar os processos, o mecanismo aumenta a segurança das atividades relacionadas ao financiamento.

Fator de risco
Há ainda outro motivo importante para ter uma equipe especializada em Fies: analisar os riscos de um contrato. Isso porque, nos casos de inadimplência de um aluno, a instituição acaba tendo de cobrir uma parcela do prejuízo do Estado e o tamanho do custo depende do tipo de ajuste feito.

Em um dos casos, o Fies pode ser utilizado com um fiador, mas sem adesão ao Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC). Assim, caso o estudante deixe de pagar suas parcelas, a instituição terá de pagar 3% do valor, se não houver pendências com a Receita Federal, e 6% se houver. Caso o contrato seja feito sem fiador, mas com adesão ao FGEDUC, a despesa com os inadimplentes pode chegar a 7,5%.

Confira a cobertura completa das Jornadas ao longo das próximas edições da revista Ensino Superior.

Agilidade eficiente
Nos Estados Unidos a captação de alunos tem um esquema permanente de contato. Segundo Tório Barbosa, presidente da Educa Comunicação Educacional, que apresenta o tema durante as Jornadas, lá a campanha para matrícula é feita durante o ano inteiro, não apenas durante a época do vestibular, como aqui. Devido à enorme competição, as instituições que conseguem entrar em contato mais rápido com o inscrito têm mais chances de conseguir efetuar a matrícula. Algumas chegam a entrar em contato com o candidato em até cinco segundos após a inscrição no processo seletivo. “Quanto mais rápido, mais chance de conversão”, diz Tório.

 

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Redação Ensino Superior


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