NOTÍCIA
Cultura "monoesportiva" pode ser um dos motivos para que as competições tenham pouca visibilidade; iniciativas recentes tentam driblar o quadro
Publicado em 04/07/2012
Torcida brasileira na Copa de 2010: paixão pelo esporte inibe interesse por outras modalidades |
As competições escolares brasileiras têm pouquíssima visibilidade na imprensa e, com frequência, equipes estudantis disputam partidas em estádios e ginásios quase vazios, diante de públicos diminutos – em geral, apenas colegas e familiares. Já os ingressos para as partidas de basquete de determinadas universidades norte-americanas são mais disputados do que os de muitas equipes profissionais. O “Final Four” masculino de 2012 encheu, por duas noites, o estádio coberto Mercedes-Benz Superdome, de New Orleans, com capacidade para 72 mil pessoas – público superior ao de qualquer partida de futebol profissional realizada no Brasil neste ano.
Esquentando os tamborins
Iniciativas recentes têm o objetivo de difundir, no médio e longo prazos, a prática esportiva em escolas. Em abril, a Associação dos Veteranos de Basquete do Estado de São Paulo (Avebesp) lançou, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado, o projeto-piloto Grupo de Iniciação ao Basquetebol Infantil (Gibi). Alunos do ciclo II do EF e do EM das escolas estaduais Professor José Monteiro Boa Nova e Daniel Paulo Verano Pontes, ambas na capital, vêm participando de treinamentos e torneios. No segundo semestre, o projeto deve ser ampliado para outras 50 escolas.
A proximidade da Copa do Mundo de futebol no Brasil, em 2014, e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, tende a criar um ambiente favorável à cultura esportiva nas escolas. Um exemplo recente de ação voltada para o segundo evento é o Programa de Educação Olímpica, iniciado em maio pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em parceria com a Federação do Desporto do Estado de São Paulo (Fedeesp). Cerca de 120 professores formam a primeira turma do curso, que deve ser oferecido novamente em 2013. Coordenado por Kátia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo e membro da Academia Olímpica Brasileira, o programa tem o objetivo de difundir o conceito de “olimpismo” do Comitê Olímpico Internacional (COI), que promove a conexão entre esporte, cultura e educação, por meio do equilíbrio entre “corpo, espírito e mente”. (S.R.)