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Só pensamos em futebol

Cultura "monoesportiva" pode ser um dos motivos para que as competições tenham pouca visibilidade; iniciativas recentes tentam driblar o quadro

Publicado em 04/07/2012

por Sérgio Rizzo







Torcida brasileira na Copa de 2010: paixão pelo esporte inibe interesse por outras modalidades
Comparada ao cenário norte-americano, a apro­ximação entre esporte e educação no Brasil ainda é muito tímida. Um dos motivos está relacionado à característica “monoesportiva” do país: a mídia e a imensa maioria da população que se interessa por esporte acompanham regularmente apenas as competições profissionais de futebol. Nos Estados Unidos, assim como na Europa e mesmo na vizinha Argentina, é comum que três ou quatro esportes tenham grande popularidade, contribuindo para que seja difundida uma cultura esportiva mais ampla, com desdobramentos naturais na escola.



As competições escolares brasileiras têm pouquíssima visibilidade na imprensa e, com frequência, equipes estudantis disputam partidas em estádios e ginásios quase vazios, diante de públicos diminutos – em geral, apenas colegas e familiares. Já os ingressos para as partidas de basquete de determinadas universidades norte-americanas são mais disputados do que os de muitas equipes profissionais. O “Final Four” masculino de 2012 encheu, por duas noites, o estádio coberto Mercedes-Benz Superdome, de New Orleans, com capacidade para 72 mil pessoas – público superior ao de qualquer partida de futebol profissional realizada no Brasil neste ano.



Esquentando os tamborins
Iniciativas recentes têm o objetivo de difundir, no médio e longo prazos, a prática esportiva em escolas. Em abril, a Associação dos Veteranos de Basquete do Estado de São Paulo (Avebesp) lançou, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado, o projeto-piloto Grupo de Iniciação ao Basquetebol Infantil (Gibi). Alunos do ciclo II do EF e do EM das escolas estaduais Professor José Monteiro Boa Nova e Daniel Paulo Verano Pontes, ambas na capital, vêm participando de treinamentos e torneios. No segundo semestre, o projeto deve ser ampliado para outras 50 escolas.



A proximidade da Copa do Mundo de futebol no Brasil, em 2014, e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, tende a criar um ambiente favorável à cultura esportiva nas escolas. Um exemplo recente de ação voltada para o segundo evento é o Programa de Educação Olímpica, iniciado em maio pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em parceria com a Federação do Desporto do Estado de São Paulo (Fedeesp). Cerca de 120 professores formam a primeira turma do curso, que deve ser oferecido novamente em 2013. Coordenado por Kátia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo e membro da Academia Olímpica Brasileira, o programa tem o objetivo de difundir o conceito de “olimpismo” do Comitê Olímpico Internacional (COI), que promove a conexão entre esporte, cultura e educação, por meio do equilíbrio entre “corpo, espírito e mente”. (S.R.)

Autor

Sérgio Rizzo


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