Revista Ensino Superior | Equívocos ministeriais - Revista Ensino Superior
Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

NOTÍCIA

Exclusivo Assinantes

Equívocos ministeriais

Ao contrário do que pensa o poder público, a educação de verdade não tem ênfase em testes

Publicado em 20/12/2011

por José Pacheco

A conceituada revista Science deu a conhecer um estudo que contraria tendências reveladas em recentes decisões de política educativa. Deborah Stipek, docente da Faculdade de Educação da Universidade de Stanford, trabalhou no estudo ao longo de 35 anos. A autora denuncia o facto de os jovens serem treinados para obter bons desempenhos em testes e afirma que uma educação centrada em resultados mensuráveis e em rankings é aberrante. E acrescenta que a preparação para exames sufoca a formação de uma personalidade madura e equilibrada. Sublinho que este diagnóstico foi dado a conhecer pela Science.


Não se trata de uma afirmação leviana, ou da autoria dos “adeptos do eduquês”. Deborah Stipek sublinha o facto de o sistema de exames produzir especialistas em provas, enquanto “prejudica vidas que poderiam ser promissoras”. Em suma: um ambiente escolar competitivo, voltado para testes e exames é prejudicial à aprendizagem. E quem o afirma é o editorial da mesma revista Science, que tem por título “Educação não é uma corrida”. A pesquisa de 35 anos de duração diz-nos que não bastam mudanças pontuais (contrariamente àquilo que o Ministro da Educação defende) e que é urgente mudar o modo como funcionam as universidades e as escolas.


Escutemos a pesquisadora: o sistema atual, baseado no desempenho em testes, pode prejudicar muito a formação de grandes pensadores. Essa forma de ensino promove um verdadeiro extermínio de grandes mentes. A maneira como a educação é organizada na atualidade faz com que potenciais vencedores do Prêmio Nobel sejam perdidos antes mesmo do fim da Educação Básica, já que o modelo de ensino massacra qualquer outro interesse que não seja cobrado nos exames. “É importante desenvolver talentos. Isso sim tem um papel importante no futuro de alguém”, completa.


No Brasil, os estudos disponíveis dizem-nos que o problema é maior nas escolas privadas, voltadas para a aprovação no vestibular. Afirma a coordenadora do Cenpe, da Universidade de São Paulo: “é preciso redescobrir o significado de ir à escola, de estudar. Mercado de trabalho, preconceitos e status social são questões que devem deixar de nortear as políticas educacionais. A sociedade valoriza muito mais o trabalho cooperativo, mas a escola forma alunos muito mais focados no trabalho individual. Quem disse que é preciso ser o melhor aluno, frequentar a universidade mais renomada? A maioria dos grandes pensadores, que deixaram um legado para a humanidade, seguiram caminhos muito diferentes do convencionalmente estabelecido. Fizeram o que fizeram unicamente porque gostavam daquilo e não por uma imposição social”. A lista é extensa: Ghandi, Picasso, Einstein.


É preocupante o modo como a educação vem sendo (mal)tratada por sucessivos (des)governos. É bem verdade que o país progredirá através da educação, mas não através desta educação. Para Paulo Freire, a educação é um processo político de compreensão da realidade e de transformação do mundo. É lamentável que os equívocos ministeriais ocultem e adiem a compreensão e a transformação que, desde há muito tempo, a educação requer.


*José pacheco
Educador e escritor, ex-diretor da Escola da Ponte, em Vila das Aves (Portugal)
josepacheco@editorasegmento.com.br

Autor

José Pacheco


Leia Exclusivo Assinantes

DSC_0018

Escolas oferecem disciplinas para facilitar ingresso em universidades...

+ Mais Informações
Maria Montessori

Pedagoga e psicanalista apostaram em experiências educativas libertárias...

+ Mais Informações
Gerundio 1 iStock_000005825672

O “gerundismo” é fruto de influência do inglês?

+ Mais Informações

Mapa do Site

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.