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Senso de oportunidade

Escola Esfera detecta falta de oferta de ensino integral e bilíngüe em cidade que se destaca por seu pólo tecnológico

Publicado em 10/09/2011

por Ricardo Marques


Foco definido: ensino integral para classes de ensino fundamental e educação infantil

À primeira vista, o grande diferencial da Escola Esfera é o ensino bilíngüe (português/inglês), com o qual crianças de 7 ou 8 anos conseguem se expressar bem nos dois idiomas. Mas, à medida que se conhece melhor essa pequena escola de São José dos Campos (SP), vê-se que esse é apenas um dos componentes de uma receita mais ampla. Ela combina formação docente, remuneração acima dos padrões locais, um período de aulas mais extenso, a oferta de atividades extraclasse e a relação entre o número de alunos e o de professores, entre outros ingredientes.

Fundada em agosto de 2004 para começar a operar em fevereiro de 2005, a escola de início tinha apenas classes de educação infantil e ensino fundamental até a 3ª série. O empreendimento pertence a uma sociedade formada por quatro pessoas ligadas ao ensino, cada uma em uma área: a pedagoga Andrea Cianflone Zacharias de Andrade, que até a abertura da Esfera dirigia cinco escolas de idiomas; Maura Leão, que trabalhava com educação internacional em uma escola de intercâmbio; o professor universitário Weber Cursi e Renato Andrade, dono de uma rede de escolas de línguas.

“Tivemos a idéia e buscamos uma assessoria especializada para nos ajudar a estruturar a escola”, conta Andrea, a diretora. “O sonho estava claro, mas queríamos ver se seria viável em São José.”

A 100 km da capital paulista, São José dos Campos é um importante pólo de ciência e tecnologia de ponta, com destaque para o setor aeronáutico. A diversificada atividade industrial de base tecnológica atrai executivos estrangeiros e estimula a aprendizagem do inglês. No entanto, há quatro anos não havia nenhuma escola bilíngüe na cidade, e a Esfera ocupou o nicho, embora sem dar prioridade a esse aspecto.
“Pensamos que havia espaço para uma escola que oferecesse educação integral”, conta Andrea. A idéia sempre foi oferecer classes de educação infantil e ensino fundamental. Não há intenção de abrir classes de ensino médio. Hoje, a escola oferece até o 7º ano. Em 2010, chegará ao 9º ano, e deve parar por aí. Na educação infantil, até 5 anos de idade, os alunos têm aulas em meio perío­do, pela manhã ou à tarde, e a partir dos 6 anos o atendimento estende-se da 7h30 às 15h30 – o 7º ano tem mais meia hora de aula. “Não é um horário comum no ensino fundamental, mas o consideramos necessário para a formação integral”, justifica Andrea.

Metade dos alunos almoça na escola, o que exige a presença permanente de uma nutricionista, que responde pela elaboração do cardápio e pela educação alimentar das crianças.
 

Um educador para 5,6 alunos


O período semi-integral requer também um número maior de professores. A escola conta com 44 professores e coordenadores, o que resulta na média de 5,6 alunos por educador – hoje são 250 estudantes matriculados. A maioria dos professores trabalha em regime integral. A remuneração é calculada na base de R$ 28 por hora-aula para professores especialistas, do ensino fundamental, e R$ 2.900 mensais para a educação infantil.

“Se eu tivesse de eleger o principal diferencial da escola, apontaria a formação dos educadores, pois são eles que fazem a escola. Temos muitos recursos tecnológicos, ferramentas interativas, computadores em todas as salas de aula, mas isso precisa ser mobilizado com inteligência, precisa de vida. Pessoas diferenciadas fazem uma escola diferenciada”, afirma Andrea.

Com esse argumento, a Esfera mantém programas próprios de formação continuada dos educadores. Assim que é contratado, antes de começar a lecionar, o professor passa por um programa de capacitação inicial de 40 horas e, na maioria das vezes, por estágio, como assistente de um colega. Semanalmente, realizam-se reu­niões de formação e planejamento integrado. “Nesses encontros, discutimos as atividades da escola, e os professores integram seus planejamentos, avaliam os projetos e decidem os rumos dos conteúdos a serem trabalhados”, explica a diretora.

O resultado desse trabalho é avaliado por indicadores que a própria escola busca para validar seu método de ensino, entre os quais a certificação internacional Cambridge, para o ensino do inglês. “Gradativamente, também estamos compondo indicadores para o currículo em português. Hoje 95% dos nossos alunos são de famílias brasileiras, e entre os restantes estão americanos, finlandeses e ingleses. Como é uma escola que tem uma forma diferente de ensinar, precisamos sempre nos balizar por indicadores externos, por referenciais nacionais e internacionais. E esses indicadores mostram que a escola vai bem”, afirma Andrea.

As crianças convivem com o inglês a partir dos 2 anos de idade. Segundo a diretora, estudos que pesquisam a educação bilíngüe desde a década de 50 estabelecem um parâmetro entre cinco a oito anos de exposição a uma proposta bilíngüe para que o aluno domine um segundo idioma. Não é um trabalho de curto prazo e não se deve ter essa expectativa. Os alunos da Esfera que melhor falam inglês são os que começaram com 4 anos e hoje estão com 7 ou 8 anos.

Localizada num bairro residencial, em três imóveis próximos entre si (dois próprios e um alugado), que somam cerca de 3 mil m2 de área, a escola possui quadra esportiva coberta, ateliês de arte e música, biblioteca e um teatro de arena, para as atividades extracurriculares.
“Montar uma escola é uma responsabilidade muito grande. Por isso buscamos uma proximidade cada vez maior com os pais e os vemos como balizadores do nosso trabalho”, acrescenta Andrea.


Esfera Escola Internacional

– São José dos Campos (SP)
– Fundação: 2004
– Área: 3 mil m2
– Número de alunos: 250
– Número de professores: 44
– Mensalidade: de R$ 889 a R$ 1.370
– Pontos fortes: aprendizagem bilíngüe, formação continuada dos educadores, aulas em período semi-integral, atividades extracurriculares

www.escolaesfera.com.br

Autor

Ricardo Marques


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