“Precisamos de pesquisadores capazes de lançar luz sobre os grandes desafios contemporâneos”, afirma Bruno Varella Miranda, professor e coordenador do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) no Insper. Ele defende que os programas de iniciação científica reduzem a distância entre jovens estudantes e a ciência. 

Bruno Varella Miranda, coordenador do PIBIC

Esse é o objetivo do Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), que chega à sua 23ª edição. Promovido pelo Semesp, o evento é conhecido por estimular a produção de trabalhos científicos e viabilizar projetos de pesquisa. As inscrições, que tiveram início no dia 1º de junho, seguem abertas até agosto. 

Miranda vê a ciência e a tecnologia como pilares fundamentais para a promoção do desenvolvimento econômico e social do Brasil. Na avaliação do educador, a dificuldade de visualizar o que significa ser um pesquisador é um dos muitos desafios enfrentados para estimular jovens estudantes a seguir uma carreira acadêmica. “Jovens no Brasil geralmente têm exemplos de outras ocupações em suas rotinas, mas são poucos os que têm contato com pesquisadores. A iniciação científica permite esse primeiro contato com a ciência, dando ao estudante a possibilidade de experimentar”, afirma.

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Aos 20 anos de idade, Bruno foi bolsista de iniciação científica, fato ao qual atribui suas escolhas profissionais. “A iniciação científica me possibilitou conhecer uma trajetória profissional, com todas as suas potencialidades e desafios. Ao fomentar o contato com outros pesquisadores, a iniciação científica me conectou com uma comunidade mais ampla de pessoas com interesses intelectuais parecidos, que me ofereceram o apoio necessário para que eu fizesse uma pós-graduação”, explica.

Felipe Chiarelloes, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação do Mackenzie (crédito: divulgação/Mackenzie)

Felipe Chiarello, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação do Mackenzie, é também um defensor da iniciação científica. Chiarello ressalta que, para além de seus dias de estudante, a pesquisa científica impacta sua carreira profissional até os dias de hoje. “Como aluno, eu tive uma leitura muito mais profunda, tive menos medos de errar e de criar, tive um engajamento muito maior porque eu saí daquela coisa estática da sala de aula. Além de conseguir aprofundar a pesquisa, o que me deu muito mais autonomia e confiança”, relata.

Já na carreira docente, o profissional conta ter tido a oportunidade de vê-la por outra perspectiva. “A iniciação científica continua alterando a minha vida porque agora eu vejo a outra ponta. Vejo quantos alunos estamos transformando e o quanto a pesquisa impacta em suas carreiras. O quanto eles podem, a partir dela, ter outros sonhos. Vários de nossos alunos de iniciação científica acabaram fazendo intercâmbio no exterior, mestrado, doutorado, são bolsistas, tiveram uma melhoria na qualidade de vida ou em perspectiva de carreira”, informa.

Inscrições para o Conic

As inscrições para a 23ª edição do Conic ficam abertas até 31 de agosto. Alunos de graduação, matriculados em IES (instituições de ensino superior) públicas ou privadas, podem submeter trabalhos de qualquer área e tema. Interessados podem realizar sua inscrição no site do Semesp, onde também encontram o regulamento completo (acesse).

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Autor

Gustavo Lima