Mapeamento da Ashoka com juventude da Amazônia Legal aponta barreiras sistêmicas que dificultam ações de reversão e princípios direcionadores, incluindo métodos escolares, que os apoiam no fortalecimento da justiça climática
Publicado em 23/12/2022
Como as juventudes da Amazônia estão se organizando para enfrentar o aquecimento global e promover a justiça climática? Como engajam outros atores sociais, como governos, organizações da sociedade civil, escolas, universidades, empresas e mídia em suas ações? Que barreiras encontram nessa articulação? E como inovam para superá-las?
Essas indagações são o eixo do Mapeamento juventudes e justiça climática – jovens transformadores pelo clima, realizado pela prestigiada entidade Ashoka por meio de oficinas e entrevistas com 45 pessoas, entre jovens transformadores, empreendedores sociais e líderes de organizações que trabalham com juventudes da Amazônia Legal.
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“Um modelo que vê a natureza como um recurso a ser usado para alimentar o crescimento sem limites não resulta apenas no esgotamento e no empobrecimento de algumas localidades exploradas ou em ambientes profundamente modificados. Na atual escala de consumo e desperdício, as crises já não são mais específicas, de um setor ou região. Estamos lidando com uma crise estrutural, que vai perdurar por muito tempo e mudar — queiramos ou não — o modo como vivemos. Uma das tarefas mais importantes nesse processo será ajudar as pessoas a identificar o papel que podem desempenhar, sem deixar ninguém de fora das soluções. Devemos centrar atenções especialmente naqueles que serão mais rapidamente atingidos pelos impactos das mudanças climáticas, assim como os que têm mais responsabilidade ou poder de decisão sobre o que precisa mudar. A inação nos custaria muito caro”, alerta um trecho do prefácio.
O documento investigou quais são os estímulos que têm engajado os jovens em favor da justiça climática e as barreiras que os dificultam de chegar a tal feito. Entre os apontamentos, o material indica que é comum escolas e outras estruturas sociais de governos (locais, estaduais e nacionais) não acreditarem que as juventudes possam fazer a diferença, além da desconexão do ensino médio com a educação ambiental e ações transformadoras das juventudes. Em relação à universidade, notou-se um modelo de ensino pouco participativo. Contudo, também aponta princípios norteadores positivos de escolas e instituições de ensino superior.
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Esta nota foi publicada na Revista Educação.