NOTÍCIA
Estudo elaborado pelo Instituto Semesp destaca o possível “apagão” de educadores no país
Publicado em 30/09/2022
A pesquisa Risco de “apagão” de professores no Brasil, elaborada pelo Instituto Semesp, aponta que o déficit de professores em todas as etapas da educação básica pode chegar a 235 mil em 2040. Lançado durante a 24ª edição do Fnesp (Fórum Nacional do Ensino Superior Particular Brasileiro), o estudo indica que o déficit ocorre pelo desinteresse do jovem em seguir a carreira de professor, pelo envelhecimento do corpo docente nos últimos anos e pelo abandono da profissão devido às condições precárias de trabalho.
Como evidenciado nas páginas iniciais do documento, a baixa procura por cursos de licenciatura anuncia a falta de interesse do público jovem pela carreira docente. O desinteresse também escancara alguns dos principais problemas enfrentados pelos professores, como os salários baixos e a falta de reconhecimento da profissão. Em 10 anos, o número de calouros em licenciaturas cresceu 53,8%, já nos demais cursos o crescimento foi de 76%.
A taxa de ingressantes nos cursos de licenciatura também varia entre os formatos presenciais e a distância. Em 2020, o número de alunos que se matricularam em cursos EAD foi equivalente a 59,3%. Todavia, as taxas de evasão estudantil também são altas, em especial, nos cursos EAD (equivalente a 31,3% para 27,9% nos cursos presenciais). A apuração aponta que, à época, um a cada três alunos que ingressaram em um curso de licenciatura não completou a formação.
O estudo ainda ressalta o baixo crescimento de ingressantes com até 29 anos e o percentual de 58% de concluintes participantes do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) em 2021 que afirmaram já terem experiência no magistério. Como apontado pelo relatório: “todos esses fatores indicam a possibilidade da falta de professores em um futuro próximo no país”.
O risco de “apagão” não se dá apenas pela falta de interesse nos cursos de licenciatura. Isso porque, ao comparar os anos 2016 e 2021, o número de professores no ensino básico diminuiu. No corpo discente também houve decréscimo, o que aponta para uma queda no número de alunos por professor e consequente aumento na faixa etária dos profissionais.
Dados ilustram que o número de docentes de até 24 anos caiu pela metade de 2009 a 2021. O aumento está direcionado aos professores com 50 anos ou mais (o crescimento foi de 109% no mesmo período). O não crescimento da educação básica indica que não há espaço para os recém-egressos do ensino superior iniciarem na carreira de docente.
Segundo os números, em 2040, serão necessários 1,97 milhões de professores para atender a demanda de alunos na mesma proporção atual. A considerar oferta e demanda, o déficit de docentes na educação básica em 2040 deve chegar a 235 mil.
Confira a pesquisa na íntegra: