NOTÍCIA

Edição 231

Apenas 16% dos profissionais da educação tem alto nível de alfabetização, diz estudo

Maioria dos profissionais de educação (40%) tem grau intermediário de leitura e escrita

Publicado em 03/08/2016

por Mariana Ezenwabasili

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As atividades e áreas profissionais que mais concentram pessoas com alto nível de alfabetismo no Brasil são as científicas e técnicas, comunicação e informação, artes e cultura e esporte e recreação. Entre os atuantes nesses campos, 25% têm nível proficiente em leitura e escrita, sendo que 28% têm nível intermediário e 41%, elementar. Já na educação, 40% dos profissionais têm nível intermediário de alfabetismo e apenas 16% são proficientes.

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Áreas como agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura concentram 21% de analfabetos e 49% de alfabetizados rudimentares. Também chama a atenção a existência de 2% de analfabetos entre os profissionais que ocupam cargos de direção ou gerência – pessoas que necessariamente precisam informar e expressar ideias pela escrita no trabalho.

De maneira geral, apenas 8% dos brasileiros pesquisados com idade entre 15 e 64 anos são considerados alfabetos proficientes. Outros 42% são alfabetos elementares; 23%, intermediários; 23%, rudimentares e 4% são analfabetos. Negros e pardos representam 77% das pessoas analfabetas e apenas 48% dos proficientes. Entre os analfabetos, 47% estão trabalhando, frente a 75% de empregados entre os proficientes. Estes são capazes de construir textos complexos e interpretar gráficos envolvendo mais de duas variáveis.

Os dados foram divulgados neste ano em estudo sobre alfabetismo e mundo do trabalho, vinculado ao Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), elaborado pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa. Essa foi a primeira pesquisa dos órgãos com foco na medição do alfabetismo entre trabalhadores ativos. Desde 2001, as entidades aferem o alfabetismo. Desde então, Brasil reduziu de 39% para 27% as taxas de analfabetismo funcional.
Foram entrevistadas 2.002 pes­soas com idade entre 15 e 64 anos, moradoras de áreas rurais e urbanas em todas as regiões do país. As entrevistas foram feitas em suas residências, por meio de um pequeno teste de situações de leitura, escrita e uso da matemática no cotidiano. Segundo o estudo, quem alcança o nível intermediário de alfabetismo sabe solucionar problemas matemáticos que envolvem questões de porcentagem e proporções complexas e são capazes de resumir textos narrativos, científicos e jornalísticos. Os alfabetizados elementares, maior parte da população brasileira, leem uma ou mais unidades de informação em textos diversos e resolvem problemas com uso das operações básicas.

Os alfabetizados rudimentares são aqueles que fazem leitura mecânica dos conteúdos. Os analfabetos não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases.
Os dados atentam para o fato de que as limitações de compreensão e expressão estão presentes em maior ou menor grau em diferentes áreas profissionais. Para especialistas, ainda que cheguem a ocupar bons cargos, essas pessoas não serão capazes de exercer plenamente as suas funções em cargos que exigem especializações e em meio a um mercado de trabalho competitivo e globalizado.

 

Autor

Mariana Ezenwabasili


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