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Formação

Design gráfico como ferramenta de aprendizagem assíncrona

Investimento na parte gráfica e/ou visual da aprendizagem assíncrona, passa a ser mais do que um reforço às metodologias aplicadas, mas também um diferencial competitivo para as instituições

Publicado em 25/11/2021

por Mayara Figueiredo

Design gráfico_arte3 Mais que um processo visual gráfico, o design sintetiza e simplifica conceitos para ajudar estudantes na aprendizagem (foto: Envato Elements)

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Mais que um processo visual gráfico, o design sintetiza e simplifica conceitos para ajudar estudantes na aprendizagem (foto: Envato Elements)

Garantir o engajamento e a aprendizagem do aluno são um dos principais desejos de qualquer educador e, consequentemente, da instituição de ensino. O design gráfico e seu poder de atração visual tende a auxiliar na concretização dessas necessidades.

“O design contribui como ferramenta para exercer a criatividade e deixar o currículo um pouco mais atrativo, na medida em que as emergências do nosso tempo se impõem”, explica Everson Nazari, professor e coordenador de e-learning do Istituto Europeo di Design (IED) de São Paulo. No caso, essa área do conhecimento pode simplificar uma explicação que, ao invés de meramente oral ou expositiva, possibilita ser feita por meio de animações ou explorada na gamificação – já bastante utilizada nos últimos anos e que permite a imersão no conteúdo.

Contudo, o design não se restringe a uma questão meramente decorativa ou ilustrativa, apesar do valor da estética na construção de um curso EAD.

Leia: Cultura da criatividade

“O bom design gráfico tem um poder de síntese muito grande, trabalha bem a semiótica, focado nessa comunicação e na percepção do outro”

É o que reforça Clara Cecchini, consultora de aprendizagem, escritora e colunista na publicação digital O Futuro das Coisas e membra do Conselho Editorial da Plataforma Educação.

Para além da linguagem visual, a área possui fronteiras mais amplas. Faz parte do planejamento e da narrativa que vai seguir determinada disciplina, atuando também sobre as decisões das metalinguagens que serão usadas para explorar o conteúdo. Um estudo sobre o tema, publicado em 2014, por Jorge Luís Alves de Oliveira, pesquisador na UFSCar, mostra que as demandas gráficas de um curso EAD incluem processos interdisciplinares, o que obrigatoriamente envolve equipes e colaboradores com perfis, formação e atuação profissional variados. 

Everson Nazari, acredita que cada instituição de ensino superior (IES) terá que investir em infraestrutura para produção audiovisual própria ou terceirizar esse serviço como muitas já fazem. Segundo ele, o que é oferecido pelas produtoras especializadas ainda não é ideal pelo formato e falta de identidade.

Identidade como diferencial competitivo

Para atestar a necessidade de um olhar específico de cada IES, Nazari diz que “os modelos ofertados no mercado são pensados de maneira tão genérica que um mesmo método abrange desde a pré-escola até o ensino superior de uma única maneira, o que não funciona em certos nichos ou determinados cursos”.

Além disso, ressalta que diferentes instituições por vezes adquirem a assinatura de uma mesma produtora, o que resulta em conteúdos visualmente parecidos. “O aluno que opta pelo EAD ou escolhe, de fato, estudar design gráfico, geralmente vai esperar muito do visual, então se não tiver a própria identidade, por que ele vai escolher essa instituição?”, reflete.

Assim, entende-se que a importância do investimento na parte gráfica e/ou visual da aprendizagem assíncrona, passa a ser mais do que um reforço às metodologias aplicadas, mas também um diferencial competitivo. É buscar uma nova forma de pensar esse recurso

No estudo da UFSCar, ainda é possível extrair que no processo de desenvolvimento de cursos EAD muitas instituições, desde 2014, têm dificuldade em entender que os projetos gráficos são sustentados por conceitos e que suas criações não são meramente uma ação de ordenamento formal-estético, mas sim, “configura-se como um processo reflexivo e crítico”. Quando ignorado, tende a comprometer a qualidade final do conteúdo e por consequência, de seus indicadores, se o aluno não se sentir envolvido pelo modelo ofertado.

“A gente está em um momento de uma convergência da educação, comunicação e do design. É um momento único. O que vejo, geralmente, nas instituições de ensino, é fazer como sempre se fez, colocando ali um design mais bonitinho. Quando se pensa da perspectiva do design, do planejamento educacional, descobre-se uma outra potência, porque tem a questão de engajamento e de encantamento, que são superimportantes, além de uma questão de linguagem”, conclui Clara Cecchini.

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Autor

Mayara Figueiredo


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