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Gestão

Mentalidade de crescimento é base para a inovação

A inovação depende de alguns fatores, como a mentalidade dos agentes que buscam soluções criativas

Publicado em 05/06/2024

por Ensino Superior

Camila Campos Camila Campos, pró-reitora de inovação da PUC-Campinas, em sua palestra no GEduc (foto: Andreia Naomi)

Em um mercado concorrido proveniente de um mundo acelerado, a inovação surge como peça-chave para que profissionais e organizações se destaquem. Mas inovar é uma ação que depende de alguns fatores, como a mentalidade dos agentes que buscam as tais soluções criativas. Camila Campos, pró-reitora de inovação da PUC-Campinas, explica a diferença entre os perfis psicológicos “fixo” e “de crescimento”, e como estes influenciam na busca por inovação.

Determinantes na maneira com que os indivíduos encaram o mundo, os dois tipos de “mindset” são abordados no livro Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso, de Carol S. Dweck, professora de psicologia na Universidade Stanford.

As pessoas de mindset fixo acreditam exclusivamente no talento. “Serão jogadores de futebol porque nasceram com o ‘dom’ e têm talento para isso. Essas pessoas têm dificuldades em receber feedbacks, não acreditam muito em processos de mudança e apresentam mais resistência”, explica Camila.

 

Leia: IES e o mindset das gigantes da inovação

 

“Por outro lado, quem tem mindset de crescimento acredita que nascemos com potencial e que ele pode ser desenvolvido. Algumas pessoas podem ter, de fato, uma predisposição para jogar futebol, mas não irão jogar se nunca treinaram para isso. Esses indivíduos sabem que têm talento mas também acreditam que, se não for levado a sério, não serão bons ou não vão melhorar. É um mindset que acredita muito no esforço.”

Em termos gerais, a pessoa de mindset fixo erra e abandona, porque vê o erro como definitivo. Já quem possui o mindset de crescimento, erra e faz de novo, pois acredita em um caminho para acertar. “Quando abordado junto da inovação, podemos perceber que a pessoa só consegue inovar se tem o mindset de crescimento. Porque se ela acredita que as coisas são como são, não consegue ir para frente. Inovar é algo novo e a chance de surgirem erros é muito grande. O mais indicado é errar e consertar rapidamente”, sintetiza a pró-reitora.

 

Inovação nas IES

De acordo com Camila, no contexto educacional não se trata apenas da pessoa enquanto indivíduo, mas também diz respeito à instituição. “Para uma instituição ser inovadora é preciso que a cultura organizacional tenha isso impregnado: a partir do erro, como vamos para frente? Esse erro é determinante para abandonar o projeto? Existe um caminho?”

Um caminho para garantir essa cultura organizacional é a adoção de metodologias ágeis na gestão. “A metodologia ágil trabalha com a possibilidade de pequenos ganhos e com processos muito bem definidos para que a decisão não fique nas mãos de um único gestor. Se essa decisão ficar por conta de um gestor com mindset fixo, ele não avançará com um projeto que tenha algum risco.”

“É claro que o risco deve ser o menor possível e isso não é discutível, mas é discutível que, se quero fazer algo novo e inovador, preciso dos processos que indiquem o risco e, neles, a forma de corrigir o que acontece no percurso”, acrescenta.

Camila esteve na última edição do GEduc, em abril deste ano, onde falou sobre a mudança de mindset para alcançar a inovação acadêmica.

Autor

Ensino Superior


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