NOTÍCIA
O Desemparedamento de escola, projeto da rede municipal de Jundiaí, ganhará subsídios com base em evidências e dados a partir de pesquisa da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, da Usp
Publicado em 21/02/2024
Na Escola Municipal de Ensino Básico (EMEB) Aparecida Merino Elias, no bairro do Medeiros, em Jundiaí, cidade a 65 km da capital paulista, as crianças participam de atividades atreladas aos conteúdos das disciplinas em espaços como a horta escolar, o bosque, o parque naturalizado ou pátio. E podem ter a companhia de coelhos, tartarugas ou galinhas. A escola é uma das 110 unidades da rede municipal da cidade em que foi implantada a metodologia Desemparedamento de escola .
A metodologia foi desenvolvida no âmbito do projeto que a gestão municipal chama de Escola Inovadora. Em espaços externos potencializados, atividades de aprendizagem podem acontecer fora da sala de aula e até mesmo fora do ambiente escolar, priorizando o contato dos alunos com a natureza.
Mozart Neves Ramos, titular da Primeira Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Usp em Ribeirão Preto, e conselheiro editorial da revista Educação, coordenará os trabalhos para comprovação científica da metodologia.
“As primeiras informações e dados já mostram que escolas de Jundiaí que fizeram o melhor trabalho no Desemparedamento de escola – metodologia que alguns ainda chamam de abordagem – foram as que tiveram, a priori, os melhores dados de aprendizagem”, afirma Ramos.
Agora, o trabalho da Cátedra parte para uma segunda etapa. ”É um aprofundamento desses dados para entender quais são os fatores, no âmbito da metodologia, que contribuem para a melhoria da aprendizagem.” A ideia, diz Ramos, é dar subsídios à rede municipal da cidade, com base em evidências e dados. “Com isso, damos robustez para que esse esforço que Jundiaí está fazendo realmente seja reconhecido como metodologia e não uma mera abordagem.”
A Cátedra Sérgio Henrique Ferreira mantém parceria com 170 municípios de dez estados brasileiros. Conheça mais sobre a Cátedra e sua atuação nas escolas de ensino básico da rede pública.
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O MEC continua firme na determinação de aprimorar os cursos de licenciaturas do país. O Inep instituiu, por meio da portaria nº 40, publicada dia 20, a Comissão especial de licenciaturas (Calic), de caráter técnico-consultivo. O objetivo da comissão, conforme edital, será o de subsidiar o processo de aprimoramento e composição dos instrumentos de avaliação em larga escala dos cursos de licenciatura, no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
O art 3º do edital determina que a comissão será composta por docentes das áreas específicas de formação de professores e da pedagogia, avaliadas no ano II do Enade, além de docentes da educação básica e psicometristas. Os docentes da educação superior devem possuir formação acadêmica na área a ser representada; título de doutorado; exercer ou ter exercido atividade docente ou de pesquisa na educação superior, em curso de licenciatura na área avaliada nos últimos 36 meses e ter exercido atividades de elaboração e revisão de itens ou, ainda, participado de comissão assessora de área, em avaliações da educação superior desenvolvidas pelo Inep.