NOTÍCIA
Professores e estudantes indígenas ainda são pouco presentes em sala de aula
Publicado em 23/08/2023
O descaso com a população indígena tem se refletido na educação brasileira ao longo dos anos. Seja no ensino básico ou superior, no corpo docente ou discente, a presença indígena em sala de aula ainda é baixa. Um levantamento do Instituto Semesp indica que o número de universitários indígenas, por exemplo, apresentou um crescimento de 374% em relação ao ano de 2011. Todavia, mais de 1,4 milhão de pessoas se identificam como indígenas no Brasil e os estudantes representam apenas 3,3% desse total. Em relação aos professores, os números são ainda menores: segundo o Censo da Educação Superior, em 2021, apenas 428 docentes do ensino superior eram indígenas.
A passos lentos, no entanto, algumas ações que visam a mudança podem ser vistas no setor. Em 2022, o professor Gersem Baniwa passou a fazer parte do corpo docente da Universidade de Brasília (UnB). Na ocasião, afirmou ser um testemunho vivo de importantes inovações e revoluções político-institucionais realizadas pela UnB nas últimas duas décadas. “Outros rostos, cabelos, pinturas, cores, gostos, sabores, saberes, fazeres e modos de sentir, de ser, de fazer, de viver e de existir. Ou seja, esses importantes territórios institucionais também estão sendo aldeados, demarcados e ocupados, inclusive, nos microterritórios de docência”, disse.
Martha Pio, indígena do povo Terena, se formou pedagoga em 2021 pelo Centro Universitário Unisagrado. Para a profissional, que vive e atua na aldeia Erekuá, a escola sempre foi como uma segunda casa e o olhar admirado pelos professores levou à escolha do caminho docente. Há 26 anos, o Unisagrado oferece bolsas de estudo para indígenas das aldeias Ekeruá, Nimuendajú, Konepoti e Tereguá, localizadas na cidade de Avaí, próxima a Bauru.
Boas conquistas também estão presentes no ensino básico. A convite do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), a repórter Laura Rachid, da Revista Educação, esteve na aldeia Piaraçu, MT, onde foi realizada uma oficina de elaboração de material paradidático na língua tradicional Mẽbêngôkre. Na reportagem Professores indígenas: entre preconceito e descaso, a vontade de aprender, retratou a força dos moradores da aldeia que, na busca pelo aprender, superam os mais diversos obstáculos.
Leia a íntegra da reportagem no site da Revista Educação (acesse).