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Revista Educação

A importância das cotas raciais para um corpo docente diverso

Em entrevista concedida à jornalista Laura Rachid, a educadora Nilma Lino Gomes fala acerca do impacto da presença dos alunos negros e inígenas nas IES

Publicado em 07/06/2023

por Ensino Superior

Human Rights Council - 31st Session Nilma quando ministra da mulher, igualdade racial e direitos humanos durante sessão da ONU (Foto: ONU/Elma Okic)

No últimos anos, acirraram-se as discussões acerca dos baixos percentuais de presença  de profesosres negros nas IES públicas e privadas. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp indica que 22,6% foi a porcentagem de educadores que se declararam negros ou pardos nas IES privadas brasileiras, em 2020. Na rede pública, o percentual é de 24,7%. Na USP, por exemplo, 125 professores são negros ou pardos, enquanto os docentes brancos da universidade totalizam 5.531 profissionais. 

 

Saiba mais sobre o cenário: Onde estão os professores negros?

 

Como resultado das cotas para ingresso na graduação, parte do contingente de professores negros e indígenas formados quer seguir para a pós-graduação e carreira acadêmica. Os desafios passam pela entrada e permanência desses estudantes na pós-graduação – nas instituições públicas, já há iniciativas de cotas nos programas de pós-graduação, mas a permanência ainda é um desafio – e, num estágio além, a disputa para ingressar nas universidades públicas por meio de concurso público. 

Em maio, a USP aprovou uma política de cotas raciais para a contratação de docentes e servidores. Alunos e membros dos coletivos negros da USP, no entanto, se posicionaram de forma contrária à nova regra estabelecida. Isso porque a garantia da reserva de vagas para PPI (pretos, pardos e indígenas) só ocorre quando houver previsão de abertura para mais de três vagas, enquanto editais de concursos públicos para professores tendem a prever a abertura de uma única vaga. Como argumento ao desacordo está, justamente, o obstáculo gerado para a efetividade das cotas. 

Nas IES privadas, a decisão de cotas para contratação de professores negros e indígenas é uma decisão da gestão.Há poucas iniciativas nesse sentido. 

A educadora Nilma Lino Gomes fala acerca do impacto da presença dos alunos negros e inígenas nas universidades. “Eles chegam exigindo, pressionando, porque estão nesses espaços por direito. E mostram que não adianta abrir as portas para uma maior inclusão e democratização do acesso e continuar negando o fato de que eles são sujeitos de conhecimento.” Ela também traz um panorama da educação para as relações etnico-raciais no ensino superior, sobretudo nas licenciaturas. A entrevista foi concedida à jornalista Laura Rachid, da Revista Educação

A entrevista com Nilma pode ser lida no site da Revista Educação. Acesse

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Ensino Superior


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