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Buscas por certificação internacional cresceram durante a pandemia. Diferencial é altamente requisitado pelo mercado
Publicado em 25/03/2022
A primeira de nove tendências identificadas no estudo Futuro do ensino superior: tendências, perspectivas e questionamentos, realizado pelo CEPI (Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação) da faculdade de direito da FGV-SP, é a integração global-local, ou simplesmente, internacionalização. Impulsionado pela globalização o movimento é crescente e cada vez mais pessoas têm buscado por certificação internacional. Nas instituições do Grupo Ânima, por exemplo, foi identificado um aumento de 65% nessa procura durante a pandemia.
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Um dos fatores desse aumento é a internacionalização em casa que, como explica o relatório, engloba universidades virtuais, atividades extracurriculares, diferentes métodos de ensino, integração com bibliografia e docentes de diferentes partes do mundo, “tudo mediado pela tecnologia e sem a necessidade de cruzar oceanos”, acrescenta Alberto Costa, especialista em certificação internacional de língua inglesa e preparo de professores, e Senior Assessment Manager na Universidade de Cambridge.
Este aspecto também permitiu atender uma demanda reprimida de pessoas que tinham o desejo de ter uma experiência internacional, mas que por questões financeiras e/ou profissionais, não tinham como ir ao exterior. “Hoje mais do que nunca, com a mudança de cenário trazido pela pandemia, que flexibilizou e intensificou as experiências remotas, é possível oferecer aos estudantes ferramentas que vão muito além do intercâmbio, mas dentro da própria instituição e de forma acessível a todos.”, explica Danielle Santos, gerente de internacionalização da Ânima Educação.
“Não foram apenas as universidades que se adaptaram à nova realidade imposta pela pandemia, grande parte das empresas multinacionais oferecem hoje diversas vagas de trabalho e estágio remoto no mundo todo”, reforça.
Essa oportunidade, segundo a gerente, compõe a base da formação do estudante como cidadão do mundo, aquele que consegue enxergar novas possibilidades para empreender em uma carreira de sucesso.
Para Lucas dos Santos Gonçalves, 22 anos, estudante de Direito da São Judas, que participou do curso de extensão International Negotiation, a democratização da educação internacional por meio das instituições privadas ainda é uma conquista relativamente nova e importante para toda a sociedade. “Estamos vivendo uma mudança de paradigma, onde qualquer um pode e deve ter acesso a esses programas internacionais. Eles trazem benefícios e ajudam a expandir o horizonte do indivíduo enquanto estudante, profissional e pessoa.”
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Durante o curso, Gonçalves conta como aprendeu a solucionar situações de conflitos, utilizando uma técnica prática e aplicável. “Isso fez com que eu pudesse assumir posições de liderança em trabalhos em grupo, sempre mediando os conflitos e encontrando a melhor solução possível.”
Alberto Costa, pontua que o aspecto da empregabilidade a partir da certificação internacional é inegável. “O mercado de trabalho, seja ele brasileiro ou estrangeiro, cada vez mais exige que seus profissionais sejam, acima de tudo, cidadãos formados não apenas de capacidade técnica na sua área e de informações sobre o seu país de origem, mas também de soft skills e conhecimento que permitam uma atuação relacionada à solução de problemas em colaboração com times diversos, por vezes de outras nacionalidades”.
Entre os diversos programas internacionais oferecidos pelas instituições da Ânima e que englobam eventos, extensões, nanodegrees internacionais e intercâmbio online, alguns resultados obtidos em 2021 são destacáveis: foram 2.673 participantes no evento Global Health Congress, com cinco grupos de trabalho que resultaram em duas publicações no Brazilian Journal of Global Health; e 156 alunos estrangeiros matriculados em 6 cursos de nanodegree ofertados em quatro países (Argentina, Peru, México e Estados Unidos).
Costa acentua que o que vai determinar o sucesso da internacionalização em casa de cada instituição é a adoção de uma política que considere os objetivos da sua população de forma alinhada com os critérios que conduzem uma universidade a esse patamar (para dar condições que os indicadores apontados pelo British Council estejam naturalmente englobados no perfil da sua universidade), e de maneira integrada ao programa linguístico que precisa ser bem estruturado e fundamentado para propiciar a comunicação e a troca entre as comunidades.
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