Não foi a pandemia, mas tudo começou com ela. Ao se transformar numa IES 100% digital, a Escola de Negócios Trevisan quebra paradigma e obtém uma economia de 20% da sua receita com a eliminação de espaços físicos
Foto: Envato ElementsCom seis andares, distribuídos em 3 mil m², o prédio era de uso exclusivo da Trevisan Escola de Negócios. Localizado no Brooklin, bairro nobre de São Paulo, o espaço era relativamente novo e nele ainda foi investido na construção de um auditório, que servia para eventos da instituição e de fora. Como a experiência digital já estava adiantada, quando houve a paralização das aulas presenciais, tudo fluiu de maneira surpreendentemente boa. Os alunos aprovaram o digital.
A partir daí a escola adotou o slogan de 100% digital, e sem aluguel, houve recursos para investir ainda mais em novas plataformas. O custo com o aluguel chegou a representar 20% da receita da instituição, que deixou de fazer sentido nesse novo cenário. Considerando os investimentos que também já vinham sendo feitos no ensino digital desde 2018, a Trevisan lançou mão de ser representada por um prédio, e desde março de 2020, funciona 100% digitalmente: nem mesmo a administração faz uso de um espaço único.
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Com a economia em aluguel, a instituição pode dar foco no ensino e na nova metodologia. “Deixamos de gastar com tijolos e cimento e passamos a investir na qualidade, tecnologia, novos conteúdos e também destinar boa parte do recurso para capacitação de professores”, conta Fernando Trevisan, diretor administrativo. O modelo, claro, funciona especialmente por causa do perfil do público da Trevisan Escola de Negócios: aquele que procura por EAD por já estar inserido no mundo do trabalho e sem vontade ou tempo para a deslocamentos pelas atravancadas ruas de São Paulo.
A transição do presencial para o virtual se mostrou bem sucedida, abrindo caminhos para a atuação global e sem fronteiras, ao conquistar estudantes de outras partes do Brasil e do mundo e até aumentando a produtividade da gestão pelo home office, conta Trevisan. “A adaptação foi bem bacana, a mesma surpresa que tivemos trabalhando em home office com aumento da produtividade, tivemos com a adaptação dos alunos e professores especialmente. Alguns acima dos 60 anos, enxergaram aspectos muito positivos e abraçaram o novo modelo e formato”. E nesse quesito, o trabalho da instituição é constante em oferecer treinamento e suporte e em como tornar as aulas mais interessantes.
Para o diretor, a qualidade da aula é totalmente comparável ao presencial, visto que o ecossistema americano utilizado pela Trevisan Escola de Negócios, baseado em inteligência artificial (IA), é muito mais amplo que um LMS usual, segundo ele. Personaliza os estudos do aluno de acordo com o seu momento e objetivo de carreira, focando em suas competências e habilidades. Por meio dessa plataforma, é possível dividir a turma em grupos e permitir apresentações de trabalho, por exemplo. Além do curso, o aluno também tem acesso a conteúdo complementares por meio de vídeos, aulas ao vivo, podcasts e toda ferramenta disponível para agregar no aprendizado, diz Trevisan.
“Um diferencial que percebemos foi no networking. Antes isso era restrito a quatro paredes, hoje nossos alunos conseguem se relacionar com pessoas de outras partes do mundo; temos alunos de língua espanhola e brasileiros que moram em outros países.”, comenta Fernando Trevisan, reforçando que tudo isso representa uma adequação à realidade do mercado e de público. “Vejo essa decisão certamente como um caminho promissor, especialmente para quem lida com educação para área de negócios. A tendência de digitalização, flexibilidade e conveniência na oferta de serviços é algo sem volta”, conclui.
O diretor diz ainda que há a intenção de ter um escritório daqui a alguns meses, apenas para ser um espaço de encontro da gestão e administração, com uma jornada mais flexível. Entretanto, frisa que a metodologia continuará 100% digital. Também há o estudo de promover encontros presenciais entre os alunos, mas nada relacionados a conteúdo e sim a evento. Dessa maneira, com a locação de espaços para ocasiões pontuais, o modelo pode permanecer econômico e bem mais proveitoso para a constante melhoria na qualidade do ensino, acredita Fernando Trevisan.
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Por: | 14/07/2021