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Jeferson Vinhas, pró-reitor de finanças da Unicesumar, afirma que as instituições devem se pautar na concorrência e na percepção de valor do mercado
Publicado em 28/10/2019
A expansão do EAD tem levado muitas instituições de ensino a uma guerra de preços. De acordo com Flávio Rabelo Barros, responsável pela área de Serviços Financeiros da Quero Educação, o valor das mensalidades está em queda desde 2015, movimento oposto ao registrado pelos cursos presenciais.
Na visão de Jeferson Vinhas, pró-reitor de finanças da Unicesumar, essa tendência de queda deve se manter enquanto houver pessoas interessadas. “É a lógica de mercado”, pontuou. Para se manter competitivas, as instituições terão de se adaptar, portanto. “A definição do preço deve ser feita com base na concorrência e na percepção de valor do mercado. As instituições de ensino demoraram para perceber que a definição de preço com base em custo não funciona mais”, afirmou Vinhas em apresentação realizada no evento Quero Captação. “Muitas instituições seguram os preços para cobrir os custos. Mas sempre vai surgir no mercado uma instituição que conseguirá oferecer o mesmo curso, com a mesma qualidade ou até superior, por um custo menor. Além disso, a qualidade que os mantenedores querem manter nem sempre é a qualidade que o mercado percebe”, acrescentou.
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Fundada em Maringá, no Paraná, a Unicesumar tem 190 mil alunos, sendo 170 mil no EAD. A cada ano, seu tícket médio cai, revelou Vinhas. Para contrabalancear o resultado e garantir a rentabilidade, a solução tem sido apostar em uma gestão eficiente. “A escala também ajuda.”
A instituição paranaense também criou estruturas exclusivas para o EAD por entender que o perfil do aluno é muito diferente daquele que opta pelos programas presenciais. Há duas áreas de marketing, duas áreas de projetos e praticamente duas áreas de TI.
Dados apresentados Flávio Rabelo Barros, da Quero Educação, mostraram que, nos programas presenciais, a média de idade dos alunos é de 25 anos; no EAD ela é de 30 anos. Contudo, há uma tendência de mudança no EAD, com possibilidade de captação de alunos mais jovens, afirmou Barros.
Para as instituições que ainda não estão no EAD, mas desejam entrar no mercado, a orientação de Jeferson Vinhas é focar o aspecto regional, explorando as oportunidades que estão no entorno da instituição de ensino. “O mercado está muito agressivo, especialmente para quem atua ou deseja atuar em escala nacional. Mas sempre há espaço.”
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