NOTÍCIA
Faculdade Santa Marcelina e Faculdade da Amazônia Ocidental são algumas das instituições que estão utilizando a tecnologia para fazer verificação de identidade e controle de acesso
Publicado em 29/03/2019
O ensino a distância é a modalidade que mais cresce no Brasil. Ano a ano, o número de matrículas aumenta, bem como os desafios para melhorar os cursos online, que apesar de existirem há bastante tempo, ainda não conseguiram superar barreiras como a da autenticação dos usuários.
Para dar um exemplo, os alunos estudam o semestre todo a distância, mas na hora de fazer a prova ainda precisam ir à instituição ou ao polo. Essas questões casaram com a proposta de Danny Kabiljo, engenheiro civil, e José Soares, pós-graduado em Sistema de Informação em Harvard, que desenvolveram em dois anos uma tecnologia que reconhece o rosto de qualquer pessoa por meio de algoritmos de biometria facial. Assim nasceu em 2015 a startup brasileira FullFace.
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A tecnologia permite o reconhecimento facial por meio de diversos equipamentos, do smartphone à webcam do notebook, e também em ambientes físicos para controle de acesso e monitoramento. O diferencial, segundo os fundadores, é que a FullFace é a única empresa no mundo que não armazena as imagens.
“Mais de 1024 pontos da face do indivíduo são analisados por meio do nosso algoritmo de leitura facial. A partir disso, cria-se uma espécie de “CPF digital” da pessoa. A imagem, contudo, é apagada”, explica o fundador e CEO da empresa, Danny Kabiljo.
Kabiljo argumenta que a prática gera mais agilidade, segurança e privacidade, atendo assim, todas as exigências da nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Em fevereiro deste ano, a Faculdade Santa Marcelina realizou com o apoio da FullFace as primeiras provas online de ensino a distância.
Já a Faculdade da Amazônia Ocidental (FAAO), localizada no Acre, está utilizando a tecnologia de reconhecimento facial na entrada de sua biblioteca e espera implementá-la em toda a faculdade.
A empresa também oferece outros serviços para instituições de ensino, como controle de presença do estudante e login em computadores. Para contratá-los, as IES precisam fazer um investimento inicial para o desenvolvimento da inteligência, treinamento e aplicação, e depois pagar um valor mensal.
A consultoria Markets and Market divulgou que até 2020 o mercado de biometria facial valerá mais de US$ 7 bilhões. Já a Tractica estima que até 2025 o setor movimentará US$ 15,1 bilhões.
Além da educação, a FullFace está presente em setores como o da saúde, de companhias áreas e mercado financeiro. Em relação à evolução da tecnologia, o CEO explica que eles também desenvolveram um algoritmo para reconhecer faixa etária e gênero sexual e, a partir dele, pretendem criar novas ferramentas.
No segundo semestre deste ano a FullFace – que foi convidada em 2015 para fazer parte do Cubo Itaú, onde está até hoje – lançará uma ferramenta que identifica o estado emocional da pessoa.