NOTÍCIA
Tendo como base as bem-sucedidas práticas educacionais do país nórdico, Uniptan realiza um programa de capacitação para professores de educação básica
Publicado em 07/01/2019
Por Maria Tereza Gomes de Almeida Lima*
Quando questionam qual é o segredo da Finlândia, que tem um dos sistemas educacionais mais valorizados do mundo, seus educadores respondem de forma bem objetiva: menos é mais. Em comparação com o Brasil, as crianças começam os estudos mais tarde, têm períodos de aula mais curtos e pouca tarefa de casa. Em contrapartida, eles trabalham constantemente em grupo e fazem muitas experimentações. De fato, eles são os protagonistas do aprendizado.
Depois de uma imersão de três semanas no país nórdico, realizada por meio do Consórcio STHEM Brasil, percebi que muitas coisas não podem ser implantadas no Brasil. Porém, o que é possível fazer de imediato é investir na formação dos professores.
Assim nasceu no Uniptan o projeto de formação continuada para os professores da rede estadual de São João del-Rei (MG). A iniciativa foi realizada com a 34ª Superintendência Regional de Ensino de Minas Gerais e envolveu a pró-reitora e o Grupo de Estudos em Metodologias Ativas da Aprendizagem do centro universitário mineiro.
A primeira edição do projeto contou com a participação de 56 profissionais de 11 cidades, como Conceição da Barra de Minas, Ibituruna, Ijaci, Itutinga, Lagoa Dourada, Nazareno e Prados.
Ao longo de um dia de trabalho, tivemos atividades teóricas sobre a importância das metodologias que instigam a reflexão, o debate, a pesquisa e os trabalhos em grupo, e oficinas práticas. A ideia é que os educadores participantes dessa edição atuem como multiplicadores em suas cidades de origem, repassando o que foi discutido aos colegas.
Foi interessante perceber que muitos docentes já trabalham com metodologias ativas, como Mariana Del-Vecchio. “Fiquei surpresa com a gama imensa de atividades, ferramentas que caracterizam as metodologias ativas, e fico feliz ao perceber que algumas delas eu já utilizava em sala de aula, sem saber que se tratava disso.”
Alguns professores também manifestaram o interesse em participar das reuniões do Grupo de Estudos em Metodologias Ativas do Uniptan e foram prontamente acolhidos. “A capacitação foi surpreendente. A mim, professora, mulher e socialista, esta é uma possibilidade de resistir à paralisia a que o Estado nos submete. A capacitação foi um feixe de esperança”, enfatizou Priscila Jaffar, professora de língua portuguesa.
Novas capacitações serão oferecidas, pois a meta é melhorar os índices educacionais da região e, consequentemente, garantir à sociedade e às universidades a chegada de alunos mais bem preparados e responsáveis pelo seu próprio processo de aprendizagem.
*Maria Tereza Gomes de Almeida Lima é pró-reitora de Ensino e Graduação do Uniptan.
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