NOTÍCIA
Crise do jornalismo é um dos mais atingidos. Coordenadoras da Metodista e Cásper Líbero revelam o que as quatro áreas trazem de novo
Publicado em 03/10/2018
Uma das áreas mais atingidas e modificadas pelas novas tecnologias de informação e hábitos de consumo, a comunicação passa por uma busca por novos modelos de negócios. “Temos muita clareza em informar a realidade do mercado; não preparamos para um conto de fadas, mas para a vida real”, diz Kleber Carrilho, diretor da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo.
Na Metodista, os cursos de comunicação (Publicidade, Jornalismo, Relações Públicas e Rádio e TV) foram estruturados em torno de projetos. Lidando sempre com objetivos palpáveis – todo projeto visa a produção de um serviço ou produto relacionado às comunicações –, os alunos são estimulados a vivenciar situações próximas das que encontrarão na vida real. Assim, há muito trabalho em equipe, gerenciamento de crises e oportunidades para os estudantes desenvolverem capacidades socioemocionais, como liderança e relacionamentos interpessoais.
Outra modificação importante para cativar a nova geração foi feita pela Faculdade Cásper Líbero. Helena Jacob, coordenadora do curso de Jornalismo, explica que houve “mudança drástica” na grade de disciplinas e todos os cursos relacionados ao ambiente digital foram transferidos para os primeiros anos. “Era uma necessidade para reter os alunos, que ficavam muito desapontados com uma carga grande de disciplinas teóricas nos anos iniciais”, diz a coordenadora. Agora, os cursos teóricos – pilares da comunicação, como sociologia, história, filosofia e outros – são diluídos ao longo do curso.
Além da ênfase nas ferramentas e meios on-line, as atuais faculdades de comunicação também incorporaram conceitos de gestão de projetos e empreendedorismo, seja na forma de disciplinas específicas ou trabalhados de forma transversal. “Num ambiente em crise e volátil, a gestão da própria carreira é um ativo importante para os futuros profissionais da comunicação”, enfatiza Jacob.
E, é claro, as IES atualizadas trabalham muito com as ferramentas, as potencialidades e os limites das redes sociais. A coordenadora da Cásper afirma que “exibicionismo, interesse pela vida alheia, fofocas, difamação e muitos outros aspectos negativos das redes já existiam, mas as novas ferramentas potencializam isso de uma forma até então desconhecida”, daí a necessidade de levar os alunos a refletirem sobre suas próprias interações nas redes.
“É o grande diferencial, algo que vai além da competência técnica.” Carrilho concorda e complementa: “Não dá para fazer qualquer planejamento em comunicação sem incluir redes sociais, mas o mais importante é ensiná-los a refletir sobre como e por que fazer”.
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