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Ensino 223

O universo acadêmico por Marcelo Tas

Em canal criado no YouTube, apresentador e jornalista trata sobre temas educacionais para jovens que estão pensando em entrar na graduação

Publicado em 06/11/2017

por Redação Ensino Superior

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Marcelo Tas é uma das figuras mais conhecidas da TV brasileira e uma das mais populares na internet, onde tem 10 milhões de seguidores. Sua imagem é fortemente associada à série “Rá-Tim-Bum” (TV Cultura) e ao humorístico “CQC” (Band), porém, da biografia do jornalista, autor e diretor também se destaca a direção de criação do “Telecurso”, projeto de ensino a distância da Fundação Roberto Marinho (TV Globo).

A educação, portanto, não é um terreno novo para Tas, que desde o início do ano vem produzindo vídeos sobre o universo acadêmico com o apoio do Semesp. Com linguagem acessível, que aliás é sua marca, o apresentador já falou sobre temas mais amplos, como inovação acadêmica e as origens da faculdade, e outros mais específicos, voltados a esclarecer as dúvidas do público, como o que abordou os cursos tecnológicos.

Na entrevista que segue, Tas fala sobre a experiência de visitar instituições de ensino pelo Brasil e os bastidores da produção dos vídeos. Confira.

 

Como surgiu a ideia de falar sobre o ambiente acadêmico e como se deu a parceria com o Semesp?

Conheci o Semesp quando fui convidado para o Fnesp 2016. Participei de um debate bastante animado com o filósofo Clóvis de Barros em que, creio, consegui provocar os participantes com algumas das minhas inquietações sobre os efeitos colaterais da aceleração digital na educação. E também apontar algumas das oportunidades que vejo no horizonte para aprimorar a relação escolas x alunos x professores usando a tecnologia sem ser engolido por ela.

 

Você tem uma ligação antiga com a área da educação. Esse é um tema que o atrai em particular?

Sou atraído pela área desde criança por motivos óbvios: sou filho de dois professores de escola pública do interior de São Paulo. Na vida profissional, na TV, tive a alegria e sorte de me envolver com alguns projetos relevantes na área como o Telecurso e os Museus da Língua e do Amanhã, com a Fundação Roberto Marinho; e as séries Rá-Tim-Bum na TV Cultura. O que para mim é mais fascinante na educação é o desafio de traduzir conteúdos complexos para uma linguagem popular sem deteriorar a qualidade do que está sendo transmitido. Acredito que, como comunicador, esta é minha missão: estimular e democratizar a educação para um maior número possível de pessoas.

Como tem sido a experiência de visitar instituições de ensino superior e pesquisar temas relacionados ao ambiente acadêmico?
Estou aprendendo demais. Produzir essa série tem evidenciado que a qualidade no ensino não está só nas grandes capitais. Aliás, longe disso. O Brasil tem mais de 2 mil universidades, faculdades e centros universitários, e muitas instituições no interior do país investem bastante em inovação e podem servir de inspiração para outras IES.

Como está a repercussão dos vídeos?
As respostas têm sido excelentes em quantidade e qualidade dos comentários. O vídeo da série feita em parceria com o Semesp com mais visualizações (+60 mil) é o de práticas inovadoras de ensino. É um excelente sinal. Nele mostramos que inovar na educação não depende necessariamente de tecnologia, mas sobretudo de mudança de mentalidade.

Penso que tal interesse reflete uma determinação de brasileiros com estudar, adquirir conhecimento e conhecer novas formas de aprender. Professores e instituições de ensino devem ir ao encontro dessa clara demonstração de interesse dos alunos.

Outro exemplo de interação que me chamou atenção em particular foi no vídeo sobre os cursos de graduação tecnológica, a respeito dos quais há muita desinformação e preconceito. Em apenas dois dias, esse vídeo recebeu o dobro de comentários da média dos vídeos anteriores. Apareceu muita gente para compartilhar a experiência como tecnólogo, elogiando a iniciativa de esclarecer o assunto.

Você já tratou de questões mais práticas, como financiamento e o processo de escolha da faculdade, e também de questões mais conceituais, como as origens do ensino a distância e seus desdobramentos. Como é feita a definição dos temas? O público participa desse processo?
As pautas dos vídeos são discutidas e definidas ‘a quatro mãos’ com o pessoal do Semesp. Depois, nos reunimos para avançar nas questões, quando muitas vezes eu debato antes os temas de forma aberta com o público, utilizando principalmente a ferramenta do Live do Facebook, na internet.

Desses papos preparatórios diretos com o público-alvo já surgiram muitos insights. Chegamos até mesmo a usar trechos dessas conversas na edição final dos vídeos exibidos no canal. A diversidade e qualidade da interação foi surpreendente. Também ouvimos sugestões do público nos comentários e dúvidas deixados nos próprios vídeos no YouTube.

Muitas das questões tratadas parecem interessar mais aos jovens que ainda estão pensando em fazer faculdade. Você também pretende falar com quem já está no ensino superior?
Quem já passou por isso sabe. O momento da vida que envolve a escolha da profissão, do modelo do curso e da instituição, é uma fase cheia de dúvidas e pressões familiares. Procuramos esclarecer as principais questões para tornar essa escolha a mais consciente e consistente possível.

Só que os vídeos não são voltados apenas para os jovens. Um deles, que ainda está em fase de produção , vai abordar a volta dos adultos às salas de aula. Vamos falar sobre a adaptação da rotina de quem parou de estudar há muitos anos, mas ainda sonha com um diploma e com a atualização da própria vida. Este é um ponto comum a todos hoje, jovens e adultos de todas as idades: assim como os aplicativos dos nossos telefones, temos de nos colocar sempre disponíveis para uma atualização constante.

Autor

Redação Ensino Superior


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