NOTÍCIA
Publicado em 15/02/2016
Crianças ao lado de animais costumam proporcionar uma isca das mais eficazes para capturar a atenção e a emoção do espectador. Os filmes e seriados de TV protagonizados pela cadela Lassie e pelo golfinho Flipper, sempre acompanhados na tela por meninos e meninas, são exemplos populares de uma parceria bem-sucedida que a produção francesa Belle e Sebastian (França, 2013,104 min) consegue reeditar de modo assumidamente sentimental e engrandecedor, ao levar para a tela dois personagens clássicos da literatura infantojuvenil francesa, a cadela Belle e o menino Sebastian (no original, Sébastien).
Criados pela atriz e escritora Cécile Aubry (1928-2010), eles ganharam visibilidade graças a um seriado de TV, que estreou em 1965 e foi muito reprisado. No filme, o estreante Félix Bossuet interpreta Sebastian, um órfão que vive na região dos Alpes. O patou Garfield, cão pastor de 75 quilos, faz o papel de Belle. A história é ambientada durante a II Guerra Mundial, no período em que a França foi ocupada por tropas alemãs. De um lado, temos uma circunstância meramente rural: os moradores do lugar estão furiosos com o predador (na suposição deles, Belle) que ataca seus animais durante a noite, e se organizam para preparar uma armadilha que dê cabo dessa ameaça. Apenas Sebastian acredita que a cadela seja inocente.
De outro lado, a trama – dirigida pelo francês Nicolas Vanier – explora também uma circunstância política. Soldados alemães vigiam a região porque funciona ali uma rota de fuga para integrantes da Resistência. Como ocorreu naquele período, as relações das tropas invasoras com os moradores são ambíguas; enquanto muitos franceses se tornam colaboracionistas, preocupados com a própria sobrevivência, outros entendem que é preciso ao menos dificultar a vida dos nazistas.
Sérgio Rizzo – srizzojr@uol.com.br