NOTÍCIA
Como educar para a sustentabilidade? Livro reúne conceitos, reflexões e boas iniciativas
Publicado em 31/07/2015
Falta d’água, mudanças climáticas, reciclagem, discussão sobre sacolas plásticas, incentivo ao uso de bicicletas: nossa relação com o meio ambiente tem sido parte da nossa pauta diária. A velocidade com que implementamos mudanças no dia a dia, contudo, não tem sido suficiente para conter a degradação. É preciso fazer mais e, para isso, ter uma visão da rede complexa que compõe nossa relação com o meio ambiente é fundamental.
É na ideia de sustentabilidade como um conceito em expansão que se baseia o livro Educação e sustentabilidade – Princípios e valores para a formação de educadores, de Maria Alice (Neca) Setubal, diretora do Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e presidente da Fundação Tide Setubal.
O primeiro capítulo do livro começa, justamente, definindo o que é sustentabilidade, um conceito que hoje vai muito “além do tripé prosperidade econômica, qualidade ambiental e justiça social”. A autora cita a definição do Relatório
Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, publicado em 1987: desenvolvimento sustentável é aquele que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.
Educação e sustentabilidade – Princípios e valores para a formação de educadores, de Maria Alice Setubal (Peirópolis, 192 págs., R$ 42) |
A publicação nasceu do projeto “Educar na Cidade”, coordenado pelo Cenpec, e sistematiza reflexões de profissionais que atuam em territórios vulneráveis, escolas públicas e organizações locais. A escola, que em muitos lugares é o único equipamento público frequentado pelos jovens, surge como cenário central na discussão de questões envolvendo sustentabilidade. Nesse sentido, o que a autora propõe está aliado à concepção de educação integral, com o desenvolvimento de aspectos físicos, cognitivos, emocionais e culturais e respeito à realidade local.
Escola e sociedade ainda precisam refletir e definir o que as novas gerações devem aprender para exercer a cidadania do século 21, argumenta Neca Setubal. “Hoje, a escola estuda muito o passado, mas pouco se renova no sentido de pensar e contribuir para planejar o futuro, tendo em vista o desenvolvimento da sociedade sob outros moldes. A educação também vive um momento de crise em nível mundial”, escreve a autora. O principal desafio, nesse cenário, é enfrentar uma contradição: como trabalhar valores de preservação em um mundo marcado pelo imediatismo e pelo consumismo?
Entre os temas abordados pelo livro estão desigualdade, violência, respeito à diversidade, formas de participação na sociedade e novas maneiras de aprender e ensinar. O conteúdo mescla discussões teóricas, relatos de práticas educativas, registros de observação e referências de sites, livros e filmes para aprofundar as questões.
OUTRAS LEITURAS
Eu produzo menos lixo!, de Cristina Santos
(Cortez Editora, 40 págs., R$ 34)
Afinal, nossos hábitos de consumo estão esgotando os recursos naturais dos quais depende nossa sobrevivência? O livro contextualiza, para o público infantil, as mudanças que o estilo de vida moderno trouxe para a sociedade. A autora é bióloga e aborda questões sobre desperdício, descarte de lixo e reciclagem. Com ilustrações de Freekje Veld.
Como chegamos até aqui, de Steven Johnson
(Zahar, 235 págs, R$ 44,90)
O autor esquadrinha objetos e outros elementos fundamentais à nossa vida diária, como luz artificial, água potável, lentes e gravação de som – alguns deles, resultado de meros “acidentes” e equívocos. Johnson é o responsável pela série How we got to now, exibida pelas redes de televisão BBC e PBS.
Construa o corpo humano, de Richard Walker
(Girassol, 32 págs., R$ 79,90)
Voltada às crianças, a obra inclui um livro de 32 páginas de textos e ilustrações e um estojo com peças para montar um esqueleto humano. O livro explica, entre outras coisas, do que o sangue é composto, como é produzida a voz humana, por que cortar as unhas não dói e como o olho funciona.