NOTÍCIA
A participação dos pais contribui para a qualidade da oferta da educação inclusiva e, com a escola, eles aprendem a ajudar as crianças na conquista da autonomia
Publicado em 07/01/2013
Geisa Pacheco Avelar com seu filho João Matheus, de 6 anos, autista: ela se emociona com as conquistas do menino desde que entrou na escola |
Tentou a matrícula numa escola da rede municipal de Santo André, mas Carol não se adaptou. Com o apoio da psicopedagoga Maria Helena de Castro Faria, professora assessora de educação inclusiva do município, no início de 2012 Ana Carolina foi para a EMEIEF Professor Nicolau Moraes Barros. Nos primeiros dias, a cuidadora Luciana Amado ficava com a menina apenas meia hora em classe, a fim de ajudá-la a criar uma rotina e se acostumar à professora Sheila Reis Santana Guadagnini e aos colegas. Gradativamente, Carol foi conseguindo permanecer mais e mais tempo, e hoje convive bem com seus amigos. “Ela gosta muito da escola: todos os dias arruma a mochila dela sozinha e sente falta quando não tem aula”, diz a mãe.
Para Geisa Pacheco Avelar, mãe de João Matheus, de 6 anos, também autista, a informação e o apoio da Escola Municipal Padre Cipriano Douma, em São Gonçalo (RJ), têm sido fundamentais para que ela também possa contribuir para o desenvolvimento e a autonomia gradativa dele. “Antes, eu não sabia como estimulá-lo. Ele não estabelecia contato com outras pessoas, não aceitava toque, rejeitava brinquedos, ficava num canto, escolhia um objeto e ficava mexendo nele o dia inteiro. Hoje já está reconhecendo números, cores, come sozinho e já consegue escovar os dentes.”
João Matheus está sempre acompanhado do professor de apoio especializado Jeferson Oliveira. No dia em que a reportagem visitou a escola, o garoto participava, com seus colegas do 1° ano do ensino fundamental, de uma atividade proposta pela professora regente Fernanda Oliveira. As crianças pintavam, juntas, os quadradinhos de um painel a fim de distinguir as cores primárias e secundárias. João Matheus, com ajuda de Jeferson, conseguiu segurar o pincel e pintou o quadradinho amarelo. Na sala de recursos multifuncionais, à tarde, a professora Verônica Machado também tem trabalhado a identificação das cores. “Ele já reconhece o amarelo espontaneamente, aponta e diz: ‘malelo'”, conta Geisa, emocionada. Mas a maior conquista foi tê-lo escutado falar: “Mamá, amo”.