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Notícias

Badulaques educacionais

Os usos pedagógicos de objetos e situações corriqueiras

Publicado em 10/09/2011

por Rubem Alves

Mania minha: olhar para as coisas e imaginar os usos pedagógicos que os objetos possam ter. Tudo pode ser usado como material didático, se os olhos forem inteligentes. Passando diante de uma porta onde estava escrito W.C., imaginei que ela e todas as semelhantes poderiam ser transformadas em material didático. Saiu-me então o texto "A função cultural das privadas". Como educador, pensei: E se as empresas e escolas passarem a colocar, semanalmente, nas portas diante dos tronos, trechos literários curtos, para serem lidos pelos  intelectuais assentados?

Os resultados poderiam surpreender! Muitas experiências de iluminação científica surgiram em momentos de solidão medidativa…  As empresas especializadas no assunto se dedicam normalmente à maciez e ao perfume do papel. Numa casa elegante nos Estados Unidos, surpreendi-me ao perceber que em cada folha de papel higiênico estava impresso um aforismo filosófico. Todos os que saíam do W.C. saíam mais cultos…

"Em tempos difíceis, em algumas pessoas crescem asas; outras, entretanto, preferem comprar muletas."

Quando vivi nos Estados Unidos me informaram de uma revista científica que só publicava palpites científicos ainda não testados por pesquisas. Muito embora haja maus cientistas, que acreditam que a ciência seja construída com "certezas", o fato é que, como Popper e Kuhn demonstraram, a ciência é construída  com "palpites" ainda não comprovados por meio de pesquisas. O cientista é, sempre, um desconfiado…  A diferença entre artigos já provados e palpites é simples. Artigos já provados enunciam conclusões, chegadas, descansos, põem a inteligência a dormir. Palpites, ao contrário, anunciam partidas, caminhadas, canseira, incertezas… Mas isso que disse sobre a ciência vale também para o dia a dia. O caminho das dúvidas e das incertezas é o caminho das viagens por cenários desconhecidos. O caminho das certezas é o caminho das repetições.

Nietzsche descreveu essas duas inteligências, a que anda sobre certezas e a que salta sobre o vazio por meio de uma linda metáfora. "Sobre leves esteios, a inteligência que se lança sobre o abismo salta para diante: a esperança e o pressentimento põem asas em seus pés. Pesadamente o entendimento calculador arqueja em seu encalço e busca esteios melhores para também alcançar aquele alvo sedutor ao qual sua companheira mais divina já chegou. Dir-se-ia ver dois andarilhos diante de um regato selvagem, que corre rodopiando pedras; o primeiro,com pés ligeiros, salta sobre ele, usando as pedras e apoiando-se nelas para lançar-se mais adiante, ainda que, atrás dele, afundem bruscamente nas profundezas. O outro, a todo instante, detém-se desamparado, precisa antes construir fundamentos que sustentem seu passo pesado e cauteloso; por vezes  isso não dá resultado e, então, não há deus que possa auxiliá-lo a transpor o regato."  (Os Pré-Socráticos, coleção Os Pensadores, vol. I, 16-17.)

Jay W. Forrester, professor de administração do MIT, enunciou a seguinte lei das organizações: "Em situações complicadas, esforços para melhorar as coisas frequentemente tendem a torná-las piores, algumas vezes muito piores e, ocasionalmente, calamitosas".  Essa mesma lei foi enunciada há quase 2.000 anos de forma mais simples e poética que todos podem compreender: "Não se costura remendo de tecido novo em roupa podre. Porque o remendo de tecido novo rasga o tecido podre e o buraco fica maior do que antes" (Jesus).


Rubem Alves



Educador e escritor



rubem_alves@uol.com.br

Autor

Rubem Alves


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